A responsabilidade do voto

Carlos Completo — 24 Fevereiro 2014

voto_basuraComo tens exercido o teu direito a voto nesta democracia burguesa em que vivemos? Antes de o fazeres tens pensado seriamente na tua responsabilidade pelos resultados?
Para não ir mais longe, relembremos as malfeitorias que os diversos governos dos últimos anos (do PS, PSD e CDS) praticaram contra os trabalhadores e o povo e que não são facilmente esquecíveis. Assim, votar hoje (após os vários actos eleitorais realizados em democracia burguesa) nestes partidos do chamado arco governativo só se compreende por mercenarismo de quem vota ou quando os interesses de classe burguesa do votante coincidam com os destes governos.

Mas esta é apenas uma parte do problema, a que se afigura mais racional, verificando-se aqui claramente uma cumplicidade criminosa. Outra parte, não despicienda, pela quantidade de votos que dá aos partidos burgueses, é quando o votante é um trabalhador ou um pobre e entrega o seu voto a estes partidos, contribuindo para a eleição dos seus exploradores (e dos homens de mão deles), por mera imbecilidade. E não se pode dizer que quem assim procede seja inimputável.

O recente Congresso do PSD, pela mentira, pela desvergonha e pela manipulação, mostrou bem o que a corja governante é capaz de fazer para levar as pessoas ao engano. Com eleições várias no horizonte, vale tudo. E não faltaram mesmo aquelas figuras tristes que até homens inteligentes, mas oportunistas, como Marcelo Rebelo de Sousa, se sujeitam a fazer, para que não se esqueçam deles no momento dos tachos. No caso de Marcelo, aquando da apresentação da candidatura presidencial. A palhaçada que o comentador televisivo, geralmente crítico na TV em relação às acções do governo de Passos Coelho, foi agora apresentar ao Congresso do seu partido mostra como, até Marcelo, não passa de um vulgar troca-tintas.

No que respeita às “eleições”, à tua participação e ao teu voto, levanta-se, quanto a nós, um problema fundamental. Embora o campo privilegiado da luta de classes a usar pelos trabalhadores e pelos revolucionários deva situar-se nas empresas e nas ruas, os reduzidos tempos das campanhas eleitorais burguesas em geral não devem ser desprezados no referente à necessária desmontagem dos interesses e das políticas dos partidos do regime. E, também, no recurso a diversas formas de desacreditar estes partidos – votando noutros, utilizando a abstenção ou o voto nulo, procurando derrotá-los no seu próprio terreno.


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