Arquivo: Janeiro 2013

Mais pobres

6 Janeiro 2013

O Instituto Nacional de Estatística disse recentemente que a pobreza em Portugal, em 2010 (!), se situava nuns lisonjeiros 18% – valores que deram um jeitão ao governo, quando todos os cálculos actuais apontam para mais de 25%. Diz ainda que (também em 2010) o rendimento dos 10% mais ricos do país era 9,4 vezes maior que o dos 10% mais pobres. Gostaríamos que o INE desse rapidamente os números de 2012, passados dois anos de austeridade brutal e de transferência de riqueza para os detentores de capital. Teríamos certamente um bom retrato da política de austeridade e da “igualdade de sacrifícios” que o governo diz que anda a praticar.


Sanguessugas e lacaios

5 Janeiro 2013

“Temos de rever a Constituição para não ser um entrave à governação”, afirmou Eduardo Catroga, apoiante de Passos Coelho e antigo ministro de Cavaco Silva, a propósito de um eventual chumbo do OE 2013 no Tribunal Constitucional. Este velho sanguessuga, que se destacou na repressão e no despedimento de trabalhadores em várias empresas, vê a Constituição como um empecilho ao descarado roubo perpetrado no OE. Também Camilo Lourenço, um inefável lacaio do capital, vem, a este propósito, defender que a actual Constituição terá urgentemente de ser revista “não só ao nível da lei laboral, mas de todos os direitos adquiridos”. Para esta gente, todos os meios são legítimos!


Com um pano encharcado

4 Janeiro 2013

Numa visita ao centro paroquial e social de S. Jorge de Arroios, o ministro da caridadezinha, Mota Soares, em vez de falar da maioria das pensões e subsídios, que levam fortes cortes (autênticos roubos), preferiu destacar o aumento das pensões mínimas de 246 para 256 euros, como grande um feito deste governo. Num país em que o valor das pensões é menos de metade da média da zona euro e o mais baixo do grupo dos países da moeda única, destacar um aumento de 10 euros numa miserável pensão de 246 euros, tentando fazer esquecer o empobrecimento de mais de 60% da população, é de uma tal desvergonha que o ministro, pelo menos, com um pano encharcado na cara merecia levar.


A face do regime

2 Janeiro 2013

As grandes esperanças (de facto, esperanças de último recurso) depositadas no Tribunal Constitucional para chumbar o Orçamento do Estado têm todas as condições para sair furadas. O TC até pode levantar objecções, mas, como fez em 2012, não vai atrever-se a bloquear a linha seguida pelo governo. E mesmo que isso sucedesse, o governo (a mando do capital e da troika) encontraria outra via para seguir com o mesmo rumo – se outra oposição não tiver.
Como os últimos meses (e anos) mostram, o que assusta e pode travar o poder é uma única coisa: a força dos protestos de rua. Foi isso que as acções de Setembro mostraram.
A primeira lição para 2013, portanto, é a de que a luta de massas e de rua tem de prosseguir, ganhando mais força e radicalismo.


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