Às ordens da CIA
5 Julho 2013
O avião do Presidente boliviano Evo Morales, que se dirigia de Moscovo (onde participou num fórum de países produtores de gás) para La Paz, foi impedido pelo governo português (e por vários outros governos europeus) de sobrevoar Portugal e aterrar em Lisboa, devido a “considerações técnicas”, que não foram explicadas. Esta decisão (que viola as leis internacionais sobre tráfego aéreo) implica todo o governo português, incluindo Paulo Portas que, mesmo demitido das funções de ministro dos Negócios Estrangeiros, não teve pejo de ceder a esta pressão do imperialismo norte-americano.
Na verdade, o avião presidencial boliviano foi proibido de ingressar nos espaços aéreos da França, da Itália e de Portugal, por suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden — que denunciou a espionagem de cidadãos dentro e fora dos EUA e que hoje procura asilo político — estivesse a bordo.
Depois de muitas horas retido na Áustria, o avião seguiu para a capital boliviana, onde foi recebido entusiasticamente pela população.
Vários presidentes sul-americanos já manifestaram a sua solidariedade a Evo Morales, incluindo Dilma Roussef, assim como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), ameaçando com represálias contra a União Europeia. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não teve papas na língua ao acusar os governos europeus implicados de terem recebido ordens directas dos agentes da CIA instalados em cada país.
Os lambe-botas dos norte-americanos (sempre subservientes em relação às ordens do imperialismo), que em Portugal tomaram tais decisões, são os mesmos ou os filhos daqueles que também já tinham enxergado as nunca descobertas armas de destruição maciça no Iraque, nos tempos de Bush; armas que haviam de servir de pretexto para a invasão e destruição do país. Há sempre uns cobardes e mercenários disponíveis para estas operações. É nosso dever denunciá-los.