Correr com o governo
Álvaro Fernandes — 15 Setembro 2012
As medidas anunciadas pelo 1.º Coelho e pelo 2.º Gaspar são mais do mesmo, o que significa que a recessão e o desemprego vão continuar a aumentar. Ora vejamos:
Aumentar em 7% a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social significa simplesmente reduzir o seu salário, e nem sequer aumenta muito a capitalização da Segurança Social visto as empresas passarem a pagar menos 5,75%. Uma medida quase anula a outra! Na prática, o resultado é reduzir brutalmente o poder de compra dos trabalhadores.
Assim, a economia interna – leia-se pequenas e médias empresas – venderão menos, produzirão menos e despedirão mais. Portanto, a medida contribuirá para aumentar o desemprego. Os 5,75% que as empresas pagarão a menos irão direitinhos para o bolso do patrão e, no caso das grandes empresas, será um jackpot colossal. Moral da história, tal medida não beneficia a economia nem cria postos de trabalho mas prejudica gravemente os trabalhadores.
Os reformados e pensionistas continuarão sem os subsídios de Férias e de Natal e, portanto, espoliados de duas pensões.
Os funcionários públicos idem aspas, visto que o subsídio que lhes é reposto ser-lhes-á imediatamente retirado pelos 7% que receberão mensalmente a menos, igual a um salário anual.
Aos trabalhadores do privado cortam um subsídio e vão buscar o outro através dos tais 7% que passarão a descontar mensalmente. Isto é igual a cortar-lhes os dois subsídios.
Quanto à propalada contribuição das grandes fortunas e rendimentos, nicles. Não passa de uma declaração sem conteúdo concreto. O mesmo acontece com o anunciado corte das rendas excessivas. Quais e quanto? Nada foi dito.
Resumindo e concluindo: continuam os mesmos de sempre a ser explorados em proveito dos mais ricos e poderosos. Importa começar a preparar uma greve geral ilimitada que corra de vez com este governo.