Protestos por toda a Espanha

Manuel Raposo — 13 Março 2012

No último dia de Fevereiro, realizaram-se manifestações em mais de 20 cidades espanholas em apoio aos estudantes de Valência e em protesto pelos cortes nos orçamentos das escolas e universidades.
Cerca de uma semana antes, uma manifestação de estudantes em Valência foi brutalmente reprimida pela polícia. As imagens das cargas policiais e as declarações do chefe da polícia tratando os manifestantes como “inimigos” indignaram a população valenciana e de todo o país.

Nos dias seguintes, milhares de valencianos vieram para as ruas em solidariedade com os estudantes e reclamando também contra a austeridade imposta pelo governo. Os estudantes levaram a cabo assembleias nas ruas da cidade. Concentrações de apoio verificaram-se nos dias seguintes em Madrid, Barcelona e Sevilha.

O movimento propagou-se depois por toda a Espanha juntando as reivindicações dos estudantes universitários e do secundário contra a “asfixia económica da educação pública” com os protestos dos trabalhadores e da população vitimada pelos despedimentos, pela carestia, pelas medidas de austeridade.

Em Barcelona, desde manhã cedo, estudantes e pessoal da Universidade Autónoma cortaram várias autoestradas e uma estação de caminho de ferro. Uma greve a favor do ensino público na Catalunha foi apoiada por docentes, investigadores e pessoal administrativo. Em Valência e Madrid muitas faculdades foram encerradas.

As organizações sindicais mobilizaram-se igualmente para os protestos, acrescentando às manifestações dos estudantes o protesto contra a reforma laboral, que facilita os despedimentos e a precariedade num país que tem já mais de 20% de desempregados.

Entre os vários comentários de apoio às manifestações, um leitor do jornal espanhol Publico sublinhava a importância da união de estudantes e trabalhadores dizendo: “Hoje é um dia de mobilização de todos os sectores, já que o conjunto dos cidadãos sofre com esta miséria social que nos querem impor”.


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