Arquivo: Outubro 2011

Cães de fila

26 Outubro 2011

“Duvido que nas próximas décadas os funcionários públicos vão ter de novo subsídios de férias e de Natal. (…) Estou disposto a assinar de cruz quaisquer medidas desde que se cumpram os objectivos acordados com a troika”. Afirmações de Pacheco Pereira, PSD, ex-deputado, no programa da SIC Notícias “Quadratura do Círculo” (20 de Outubro).


Um orçamento brutal, a caminho do liberalismo económico puro e duro

Pedro Goulart —

vgaspar.jpgCorte nos subsídios de Natal e férias dos funcionários públicos e dos pensionistas, acréscimo do trabalho não pago (por via de mais meia hora de trabalho diário e de cortes nos feriados), forte alteração na estrutura do IVA, subida do IMI e do IRS, menos dinheiro para a saúde (menos 710 milhões de euros) e educação (menos 864 milhões de euros), estes alguns dos mais brutais ataques aos trabalhadores e ao povo inscritos no OE para 2012.
O Orçamento de Passos Coelho vai muito mais longe que as exigências da troika no esbulho de parte significativa do rendimento das classes trabalhadoras e do povo, pretendendo reduzir os custos de contexto do trabalho e, assim, aumentar a taxa de mais valia extorquida pelos capitalistas. E visa, também (outro dos vectores principais da actuação do governo), alterar substancialmente o peso relativo dos chamados sectores público e privado. Nomeadamente nos campos da saúde, educação e segurança social, sectores onde as medidas gravosas mais se fazem sentir.


Grécia: greve geral

20 Outubro 2011

Os principais sindicatos gregos começam ontem, dia 19, uma greve geral de 48 horas contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo governo, que prevêem o fim dos contratos colectivos, despedimentos de mais umas dezenas de milhares de trabalhadores e uma nova diminuição de salários. Também já foi convocada uma concentração para quinta-feira frente ao Parlamento, coincidindo com a discussão e eventual aprovação desse novo pacote de medidas. Estas lutas vêm na sequência das já numerosas, persistentes e combativas greves e manifestações levadas a cabo pelos trabalhadores e pelo povo grego contra as gravosas medidas de austeridade impostas pela UE e pelo FMI.


Unidos por uma viragem global

15 Outubro 2011

manif15ocartaz.jpgEm 15 de Outubro, povos de todo o mundo descem às ruas e às praças.
Da América à Ásia, da África à Europa, os povos levantam-se para reclamar os seus direitos e exigir uma verdadeira democracia. Está na hora de todos nós nos juntarmos num protesto global não violento.

Os poderes dominantes trabalham para beneficiar apenas uma minoria, ignorando a vontade da vasta maioria e o preço humano e ambiental que todos teremos de pagar. Esta situação intolerável tem de acabar.

Unidos, a uma só voz, diremos aos políticos e às elites financeiras que eles servem que somos nós, povo, quem decide do nosso futuro. Não somos mercadorias nas mãos de políticos e de banqueiros que não nos representam.


Revolta-te!

13 Outubro 2011

alutaestanarua_manif12marco6_crop.jpgEm apoio das manifestações do passado dia 1 e da que vai realizar-se no próximo sábado, dia 15, o Colectivo de Comunistas Revolucionários e o Colectivo Mudar de Vida divulgaram um comunicado em que denunciam o ataque, agora conduzido pelo governo PSD/CDS, contra os assalariados. O texto afirma que o rumo dado pelo capital à vida do país é o desemprego maciço, o empobrecimento geral da população trabalhadora e a sua redução à condição de massa sem direitos. Contra isso, os dois colectivos sublinham de novo a necessidade de os movimentos de protesto se unirem numa plataforma de luta anticapitalista que force o patronato a recuar e que obrigue o capital a pagar a crise.


PSP e SIS espiam

Carlos Completo — 10 Outubro 2011

orelha.jpgEm diversos textos publicados no Diário de Notícias, Valentina Marcelino tem-nos habituado a olhá-la como uma espécie de porta-voz das forças repressivas, trabalhando e divulgando relatórios e informações pretensamente confidenciais, quando interessa ao Serviço de Informações e às várias polícias torná-los públicos. E voltou a ser assim agora, após a manifestação de 1 de Outubro convocada pela CGTP. Embora desta vez também tenha sido acompanhada por vários outros órgãos de comunicação do regime.


D. Policarpo e a troika

Pedro Goulart — 4 Outubro 2011

policarpo.jpgO agudizar da crise capitalista tem, também, a vantagem de obrigar à clarificação das posições dos diversos intervenientes na luta de classes. É bom que os trabalhadores, aqui particularmente os crentes, saibam com quem podem contar. Vem isto a propósito de uma recente entrevista de D. José Policarpo ao Jornal de Notícias, onde este faz afirmações que revelam bem, a quem ainda tivesse algumas dúvidas, de que lado da barricada se encontra o chefe da Igreja Católica em Portugal.


15 DE OUTUBRO MANIFESTAÇÃO, 15horas

3 Outubro 2011

A democracia sai à rua. Traz a tua voz.
– Lisboa, Marquês de Pombal
– Porto, Praça da Batalha
– Angra do Heroísmo, Praça Velha
– Braga, Avenida Central
– Coimbra, Praça da República
– Évora, Praça do Sertório
– Faro, Jardim Manuel Bivar
– Resto do Mundo (ver mapa)

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Não à extradição de George Wright

George Wright, ex-membro de uma organização de luta armada dos EUA – o Exército de Libertação Negra – foi recentemente preso em Sintra, a pedido das autoridades norte-americanas. É acusado por actos alegadamente praticados há cerca de 40 anos. Dada a conhecida subserviência do Estado português em relação aos EUA, é de prever que fortes pressões políticas sejam exercidas sobre o aparelho judicial português para a entrega de Wright a um país – os EUA – cujo desrespeito pelos direitos humanos é notório e em que a aplicação da pena de morte ou da prisão perpétua são práticas habituais.


Pôr os ricos a pagar, isso é que não!

Manuel Raposo — 1 Outubro 2011

ricosepobres.jpgTem a sua graça ver como os ideólogos do capitalismo e da desigualdade de classes se esforçam por arranjar argumentos contra o, agora tão falado, imposto sobre os ricos. Há o argumento básico: “Cuidado que os ricos fogem com o dinheiro, e ainda é pior”. Mas há quem procure razões mais elaboradas. É o caso de João Carlos Espada (Público, 29 Agosto) que adopta o tom de quem vai “aos fundamentos” para chegar ao mesmo resultado: os ricos pagarem a crise, nem pensar.