NATO Não

8 Setembro 2011

rasmunssen_72.jpgVão realizar-se hoje, dia 8, às 12 e às 14 horas, concentrações frente à residência oficial do primeiro-ministro, em S. Bento. Convocadas pelas duas plataformas que protestaram contra a cimeira da NATO realizada em Portugal em Novembro passado (a Pagan e a Paz Sim! Nato Não!), a acção visa condenar a presença em Lisboa do secretário-geral da NATO Anders Rasmussen.

Lembremos que Rasmussen não só representa ao mais alto nível a política agressiva da Aliança Atlântica como, concretamente, foi figura de proa no ataque militar à Líbia, ainda em curso. Aliás, faz parte da sua agenda neste encontro com o poder português tratar da política a impor aos líbios e da partilha dos seus recursos – depois do assalto militar que destruiu grande parte das infraestruturas do país e matou mais de 50 mil pessoas.

Rasmussen vai encontrar-se com o primeiro-ministro Passos Coelho e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e da Defesa Nacional, Aguiar Branco. Além da questão líbia, serão debatidas as mudanças do Comando da NATO de Oeiras e a instalação em Portugal do comando operacional da StrikForNato.

Como refere em comunicado a plataforma Pagan, na sequência da Cimeira de Lisboa a NATO tem vindo a reformar a sua estrutura StrikForNato – uma força marítima de reacção rápida, que actuou na Líbia a pretexto de proteger a população civil – preparando-se para instalar em Portugal o seu comando operacional. Esta força especial inclui a Sexta Esquadra dos EUA e forças navais de outros estados membros da NATO e opera na Europa e na África. Antes da agressão à Líbia, contava já com intervenções nos ataques à Jugoslávia (1999) e ao Iraque (2003).

libya-war.jpgAmbas as plataformas condenam a intervenção militar da NATO na Líbia. Na verdade, não é a aprovação dada pelo Conselho de Segurança da ONU que legitima a agressão. O pretexto usado pelas potências europeias e pelos EUA de proteger a população civil serviu de capa aos bombardeamentos da Aliança Atlântica que mataram milhares de pessoas. O objectivo era derrubar o regime de Khadafi a qualquer preço para instalar na Líbia um “regime amigo”; não apenas para facilitar o saque do petróleo da Líbia, mas também para fazer do país uma base de ataque às revoltas que estalaram nos países árabes desde o começo deste ano. De resto, o mesmo processo posto em prática contra a Líbia está já em marcha contra a Síria.

Nas respectivas convocatórias, a Pagan e a Paz Sim! Nato Não! reclamam o fim intervenção na Líbia. Exigem a extinção da NATO e o fim das colossais despesas que as suas intervenções implicam. Condenam a colaboração do Estado português nas suas estruturas e exigem o fim da participação de forças militares portuguesas nos actos de agressão levados a cabo pela Aliança.


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