A morte de Paula R.

Pedro Goulart — 2 Setembro 2010

capitalismo_mata.jpgMais um assassinato do capitalismo. Paula R. trabalhava há 19 anos numa empresa, em Lisboa, na Av. do Brasil, que comercializava móveis para escritório. Não sendo grande, a empresa muito vendeu durante vários anos, obtendo enormes lucros. O patrão podia assim viver num condomínio privado e todos os anos se pavonear com novos e variados carros de luxo.

Agora com o agravamento da crise do capitalismo e com menores lucros, o patrão desinteressou-se do negócio. Embora indicando na porta da empresa que terminava as férias no último dia de Agosto deste ano, despediu os trabalhadores antes de férias, tendo preparado nas suas costas a falência da empresa. Retirou todos os bens do seu nome e, com o argumento de que estava falido, em nada indemnizou os trabalhadores.

Paula, com 47 anos, não foi capaz de aguentar o brutal e traiçoeiro despedimento e, após vários acidentes vasculares cerebrais, faleceu.

Numa época em que todos os pretextos e métodos têm servido para despedir quem trabalha, até os despedimentos por sms, a morte de Paula R. é mais uma a acrescentar ao já longo rol de vítimas do capital. Ao contrário das maravilhas que propagam alguns dos serventuários do sistema, o capitalismo, mesmo sem ser o das multinacionais, continua a matar diariamente.


Comentários dos leitores

carlos 9/11/2010, 2:25

Até que enfim alguém vê o problema com olhos de ver. O capitalismo mata sim senhor.... e muito!
Morte ao capitalismo desonesto e essencialmente desumano!!!!
http://livrodeeduardogaleano.blogspot.com/

carlos 9/11/2010, 2:34

"Os or­ganismos internacionais que controlam a moeda, o comércio e o crédito praticam o terrorismo contra os países pobres, e contra todos os pobres de todos os países, com uma frieza pro­fissional e uma impunidade que humilham o melhor dos bom­bistas."


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