Trabalhadores paralisam trânsito em Marbella

Manolo García, Málaga / MV — 18 Agosto 2009

monteros_1web.JPGOs trabalhadores do hotel Los Monteros, em Marbella, sul de Espanha, manifestaram-se no dia 12 de Agosto pela reabertura do hotel (encerrado ilegalmente pelo empresário) e pelo pagamento dos seus salários, por pagar desde Janeiro, vai portanto para oito meses. Não querendo saber das limitações impostas pelas autoridades, 2 mil manifestantes irromperam pelo centro da cidade e paralisaram o trânsito até à noite.

A manifestação foi comunicada previamente à subdelegação do governo (autoridade do PSOE), propondo desfilar desde uma das entradas da cidade até à praça da municipalidade, mas a autorização foi negada por duas vezes pelas autoridades a pretexto de provocar caos no trânsito e de dar uma má imagem turística para Marbella.

Finalmente, foi autorizado um percurso alternativo por uma via secundária. Mas a emenda revelou-se pior que o soneto: os manifestantes – trabalhadores do Los Monteros, familiares, amigos e representantes de outras empresas da região de Málaga, que somavam mais de 2 mil pessoas – invadiram as faixas de circulação das vias principais, obrigando a cabeça da manifestação a mudar de itinerário.

monteros_2web.JPGQuando entraram na cidade, uma parte importante dos manifestantes queria dirigir-se ao município, como inicialmente era pretendido. Mesmo depois de dada por concluída a manifestação, uma grande parte dos manifestantes voltou às ruas centrais da cidade e cortou de novo o trânsito, que esteve interrompido até às 10 horas da noite. Finalmente, um grupo, apesar de mais reduzido, ainda marchou até à praça do município onde permaneceu por algum tempo.

Como disse na altura o presidente do comité de empresa, as autoridades, em vez de se dedicarem a proibir os trajectos das manifestações deveriam ser contundentes contra os empresários mafiosos e especuladores que se permitem encerrar ilegalmente empresas (apesar do fácil que é encerrá-las legalmente em Espanha!) e ficar oito meses sem pagar aos trabalhadores.

Membros das Comisiones Obreras (CO) que organizaram o protesto pensam que o governo vai exercer represálias sobre eles, mas afirmam que, se é essa a lição que as autoridades tiram dos acontecimentos, vão ter de se haver com mobilizações bastante mais radicais que a de dia 12. As autoridades que tomem nota, dizem: se não houver uma intervenção social e económica decidida por parte do governo em defesa do emprego e de protecção social, mobilizações como a de Marbella serão apenas medidas de aquecimento para um Outono realmente quente.


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