Luta exemplar dos operários metalúrgicos na Galiza

Pedro Goulart — 22 Junho 2009

metalurgicosgaliza72dpi.jpgOs meses de Maio e Junho de 2009 ficam profundamente marcados por uma prolongada e dura luta dos operários metalúrgicos nas empresas e ruas de Vigo e sul da Galiza, com os trabalhadores levando a cabo diversas greves e manifestações por melhores salários e condições de trabalho.

Na segunda semana de Maio, milhares de metalúrgicos vieram para a rua e ocuparam a Feira de Vigo, assim como a Câmara de Comércio de Pontevedra. Ainda em Maio (na penúltima semana), novamente, milhares de trabalhadores paralisaram o trabalho e tiveram de defender-se dos ataques da polícia, recorrendo a barricadas e pedras, ao mesmo tempo que denunciavam a violência policial e o papel dos média (que os tentavam criminalizar, por lutarem na defesa dos seus direitos).

Em 11 de Junho, os operários metalúrgicos iniciaram uma greve por tempo indeterminado e, enquanto sindicalistas e patrões do sector discutiam as reivindicações dos trabalhadores, as ruas do centro de Vigo eram ocupadas por milhares de operários, que haviam partido do estaleiro de Barreras.

Na sequência destas lutas, foi possível chegar a acordo sobre a duração do convénio e sobre a regulação do tempo de trabalho. Mas falta alcançar acordo quanto à questão salarial.

Entretanto, em 16 de Junho, deu-se uma importante alteração estratégica na luta, visando “castigar mais os sectores do patronato que tiveram uma atitude mais beligerante contra as reivindicações do sector metalúrgico”, nomeadamente o sector automóvel. Isto é, atacando onde mais dói, por exemplo, recorrendo aqui a piquetes operários para dificultar a venda de automóveis.

É convicção forte de muitos, trabalhadores e militantes políticos, que a força e o êxito desta luta resultam, em larga medida, do modelo de sindicalismo aqui praticado, que assenta na tomada de todas as decisões importantes, como é o caso das lutas por exigências colectivas, em assembleias plenamente democráticas.


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