Estão a pôr a nossa vida em risco

P.S. (*) — 6 Abril 2009

snslistas-de-espera.jpgEste é mais um dos numerosos casos que merecem ser denunciados no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde. Porque cada caso destes põe em risco a vida de um cidadão.

Em 2000 fui hospitalizado em estado grave e foi-me diagnosticada uma miocardiopatia dilatada. Na altura estive internado por duas vezes no Hospital de Santa Maria e chegou a aventar-se então a hipótese de um transplante cardíaco. Depois, o cuidado e a persistência médicas conseguiram estabilizar favoravelmente a situação, recorrendo a uma elevada carga de medicamentos. Aqui, é justo salientar o comportamento eficiente e humano dos médicos e serviços que me receberam e trataram.

A partir de então fui acompanhado com regularidade, continuando a tomar diariamente uma forte dose de medicamentos e mantendo uma consulta da especialidade no referido hospital (para controlo da situação), de seis em seis meses (com observação de análises e exames diversos). Contudo, a partir de Novembro de 2007 (e passado em branco todo o ano de 2008) não tive mais nenhuma consulta da especialidade, visto que a consulta marcada na altura foi sendo sucessivamente adiada (já o foi por cinco vezes). O último adiamento aponta uma consulta para Maio deste ano. Está quase a completar-se um ano e meio sem qualquer consulta da especialidade.

Será este um dos índices de qualidade de saúde que o Ministério da Saúde pretende? Será que mais uma reorganização dos Serviços, nomeadamente a criação do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, de que se queixam doentes e médicos, tem a ver com o agravamento da situação?

Posso provar com documentos o que ora afirmo. E pergunto: será que as orientações governamentais para a saúde, assim como as aplicações que delas se fazem localmente, para além de pretenderem poupar dinheiro no imediato, procuram afastar os doentes para o sector privado? Mas, como a maior parte dos portugueses não pode pagar as consultas e os internamentos no privado, o que se está a fazer é, objectivamente, contribuir para abreviar a morte dos doentes, o que tem outra vantagem monetária para o Estado – este gasta menos dinheiro com as reformas dos trabalhadores!
Lisboa, Abril de 2009

(*) Utente do SNS devidamente identificado


Comentários dos leitores

semfim 7/4/2009, 12:26

É verdade, sim senhor! Estes gajos são manhosos.Comigo, com a minha família é o mesmo. Estes gajos precisam duma revolta para os mandar para o sítio devido e não terem mais direito a abrir o bico. É um gang criado pelo Mário da Cia que volta e meia vem chorar lágrimas de crocodilo como aquele cara de pau do Barreto. CALEM-SE...!


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