Iraque, ano 7
Colóquio em Lisboa, sábado dia 28, evoca a passagem dos seis anos da invasão do Iraque
25 Março 2009
Como em anos anteriores, diversas organizações portuguesas evocam a data da invasão do Iraque e a situação geral no Médio Oriente, desta vez com destaque para a Palestina. Os seis anos da resistência iraquiana para libertar o país e os mais de sessenta anos de luta do povo palestiniano pelos seus direitos nacionais serão justamente destacados num colóquio a realizar em Lisboa, sábado dia 28 de Março, no auditório do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, Rua Fialho de Almeida, 3 (metro S. Sebastião). A iniciativa partiu do Tribunal-Iraque, CGTP e CPPC e conta com o apoio da Associação Abril, Movimento Democrático de Mulheres, Movimento pela Paz na Palestina (MPPM), Comité de Solidariedade com a Palestina, Associação José Afonso, Colectivo Múmia Abu-Jamal, Sindicato dos Professores da Grande Lisboa e FENPROF.
Os promotores do colóquio divulgaram a seguinte posição:
“Completaram-se em 20 de Março seis anos sobre a invasão do Iraque.
O balanço não podia ser mais desastroso: destruição física do país, desarticulação de todas as estruturas sociais, níveis de desemprego nunca vistos, pobreza generalizada, seis milhões de refugiados e deslocados, mais de um milhão de mortos.
Mas nestes seis anos consolidou-se, também, uma tenaz resistência patriótica, armada e não armada. A sua acção inviabilizou os planos de domínio do Iraque pelos EUA. E contribuiu – a par das resistências populares no Líbano, na Palestina e no Afeganistão – para conduzir a aventura militar do imperialismo norte-americano a um beco sem saída em toda a região, desde o Médio Oriente às fronteiras do Paquistão.
O anúncio por Barack Obama da retirada, a prazo, de tropas dos EUA do Iraque é o corolário de uma derrota mal assumida mas real. Mas, em si mesma, a decisão do novo presidente pouco acrescenta à posição da administração Bush – porque também esta não pretendia manter no Iraque mais forças do que as necessárias para assegurar a ocupação do país.
A questão está, pois, em saber se os EUA reconhecem ou não a soberania do Iraque, se restituem o poder às forças representativas do povo, se se retractam dos crimes e das violações cometidas, se se dispõem a indemnizar o país pelas destruições que levaram a cabo.
A Resistência iraquiana tem planos políticos claros para uma transição no sentido de um Iraque livre, soberano e democrático. A solução para o Iraque passa por essa Resistência porque é ela que representa de facto as forças populares que se opuseram à ocupação. É por isso fundamental apoiá-la, prestando ajuda internacionalista ao povo iraquiano e, simultaneamente, denunciando e pressionando os governos que têm apoiado directa ou indirectamente a ocupação.”