Provas da barbárie de Israel sobre a população civil de Gaza
Al-Jazira, Nações Unidas e Cruz Vermelha comprovam crimes de guerra e violação do direito humanitário
Manuel Raposo — 12 Janeiro 2009
A cadeia de TV árabe Al-Jazira tem denunciado repetidamente, desde dia 10, a utilização de fósforo branco contra a população de Gaza pelas tropas de Israel. O uso de fósforo branco contra pessoas é proibido e a violação desta interdição constitui crime de guerra.
A Al-Jazira divulgou imagens que mostram o lançamento de bombas de fósforo através de meios aéreos, as densas cortinas de fumo que se formaram nas zonas urbanas e ainda pedaços do mesmo fósforo a arder no meio das ruas. Foram igualmente mostradas imagens de feridos com queimaduras consistentes com o tipo de lesões causadas pelo fósforo.
O fósforo tem a faculdade de arder praticamente em todas as condições e quando entra em contacto com a pele provoca queimaduras que podem ser mortais. Além disso, a sua combustão emite fumos tóxicos que sufocam e provocam lesões no sistema respiratório.
Confrontado com a denúncia, um porta-voz do governo israelita eludiu a resposta, não desmentiu a acusação e refugiou-se na afirmação cínica de que Israel não utiliza armas que “os EUA, a França, o Canadá ou outros países” não usem também. Diante das imagens que passavam no ecrã, as evasivas do porta-voz constituíram uma confirmação indirecta do crime.
Estas acusações somam-se a outras provas de que as forças armadas israelitas não olham a meios. A agência da ONU para os refugiados palestinianos suspendeu o envio de auxílio humanitário às populações de Gaza atingidas pela guerra devido a terem sido mortos por tropas israelitas dois motoristas dos comboios humanitários, e denunciaram o facto de estes assassinatos terem sido cometidos durante as tréguas de 3 horas declaradas por Israel para fins de auxílio às populações.
Igualmente o Comité Internacional da Cruz Vermelha em Gaza acusou Israel de impedir deliberadamente o auxílio aos feridos causados pelos ataques militares. Um dos casos relatados é particularmente chocante: a poucos metros de uma barreira israelita, quatro crianças exaustas estavam dentro de uma casa que tinha sido bombardeada e onde jaziam os cadáveres das mães das crianças e mais uma dezena de corpos. As tropas israelitas sabiam da situação, recusaram durante dias o pedido de acesso ao local feito pelo CICV e ergueram nas ruas de acesso barreiras de terra que impossibilitaram a passagem de ambulâncias.
Comentários dos leitores
•Ismel Pires 13/1/2009, 23:05
Foram lançadas toneladas de panfletos sobre a faixa de Gaza. Neles o Exército de Israel tenta recrutar espiões e apela à delação pedindo informações sobre os lugares onde existem resistentes e se guardam armas. No panfleto vem indicado o endereço electrónico e o número de telefone para onde os delatores podem enviar as informações.
Através dos nossos computadores podemos enviar email-s e fazer perder tempo aos serviços militares que analisam as informações. Se formos muitos a enviar mensagens será até possível entupir a caixa da delação e ajudar a parar os bombardeamentos que estão a levar a destruição e a morte a Gaza.
Escrevam para helpgaza2008@gmail.com uma mensagem de solidariedade ou o que bem entenderem se possível com ficheiros pesados em anexo.
O que importa é fazer perder tempo ao exército ocupante de Israel obrigando-o a analisar toneladas de informação falsa. Com este gesto simples podemos ajudar a parar os bombardeamentos.
É ainda possível enviar sms ou ligar para o número indicado no panfleto. Quem liga de fora da Palestina deve marcar +972-2-583-9749.
Vamos inundá-los de informação. Vamos ajudar a travar a ofensiva assassina sobre a Palestina. Em solidariedade com o povo de Gaza. Passa esta informação aos teus contactos.
Fonte:
http://electronicintifada.net/v2/article10114.shtml