Fim do ataque israelita e do bloqueio a Gaza!
Lisboa: concentração na embaixada israelita, dia 8, 18 horas / acção de rua, Largo de S. Domingos-Rossio, dia 5, 18 horas. Porto: “Noite de inquietação”, Púcaros-Bar, Arcos da Ribeira, dia 8, 22 horas.
3 Janeiro 2009
O ataque das tropas de Israel contra os palestinianos de Gaza já fez mais de 400 mortos e 2500 feridos. A ameaça de uma invasão terrestre promete ainda mais morticínio e destruição. À semelhança do que está a acontecer por todo o mundo, várias organizações portuguesas decidiram protestar publicamente contra mais estes crimes.
No próximo dia 8, às 18 horas, terá lugar em frente da embaixada de Israel em Lisboa uma concentração convocada por mais de uma dezena de organizações, entre as quais se contam a CGTP, o Conselho da Paz, o Comité Palestina, o Tribunal-Iraque, o Movimento Democrático de Mulheres, o Bloco de Esquerda – e em que se inclui o nosso jornal. Antes disso, no dia 5, também às 18 horas, no Largo de São Domingos, ao Rossio, em Lisboa, terá lugar uma acção de rua em solidariedade com o povo de Gaza, visando esclarecer a população portuguesa sobre os acontecimentos e chamando-a a participar na concentração de dia 8.
Igualmente no Porto, por iniciativa da secção norte da Associação José Afonso (a que se juntam outras organizações, entre elas o Tribunal-Iraque), terá lugar – dia 8, às 22 horas, no Púcaros-Bar, Arcos da Ribeira – uma “Noite de inquietação” subordinada à ideia “Palestina: o crime está em Israel”.
Sem surpresa
Só se surpreende com a brutalidade do massacre que Israel leva a cabo há uma semana sobre a Faixa de Gaza quem se tenha esquecido do ataque desferido contra o Líbano em 2006, ou do cerco mantido há dois sobre Gaza, ou das constantes incursões militares contra os palestinianos – para falar apenas do que é mais recente.
Não são os rockets lançados pelo Hamas (que a comunicação social agora designa como “mísseis”) que explicam a actuação de Israel. Israel é um estado racista que pratica o apartheid, é um estado colonialista que ocupa territórios que não lhe pertencem, é um membro da ONU que viola todas as resoluções das Nações Unidas que lhe são desfavoráveis, é uma potência militar que pratica sistemáticos massacres com a maior das impunidades, é uma potência nuclear ilegal que ameaça de destruição os países vizinhos. Este é o seu palmarés e é a partir deste quadro que os seus actos devem ser julgados.
A actual ofensiva sobre Gaza foi precedida de dois anos de cerco para debilitar a população e minar os apoios do governo do Hamas (legitimamente eleito, lembre-se). Desde que o Hamas ganhou as eleições legislativas em 2006, os EUA e a União Europeia cortaram os financiamentos à Autoridade Palestiniana e Israel confiscou o dinheiro dos impostos palestinianos. Em conjunto, os três fomentaram a divisão entre os palestinianos e compraram a colaboração do presidente Abbas no processo de isolar e atacar o Hamas. Conseguiram levar esta divisão da resistência ao extremo de uma guerra civil entre palestinianos, ficando os territórios da Cisjordânia e de Gaza não só geograficamente mas também política e administrativamente separados. Gaza tornou-se a partir daí num imenso campo de concentração com um milhão e meio de pessoas a viverem cercadas pelas tropas israelitas.
Mentores e cúmplices
O ataque a Gaza é uma tentativa de “solução final” que vem no seguimento de todas estas acções em que norte-americanos e europeus são cúmplices. Basta ver as declarações dos responsáveis da UE e dos EUA. Perante o massacre que está a ser praticado não cessam de culpar os rockets do Hamas pela origem de tudo isto e fazem depender o fim das operações militares de Israel de uma declaração unilateral de tréguas por parte dos palestinianos.
Percebe-se que nada na ofensiva israelita surpreende os dirigentes europeus e norte-americanos, que até vêem na limpeza praticada por Israel a possibilidade de contarem futuramente com uma Autoridade Palestiniana ainda mais dócil e incapaz de colocar exigências. O significado político das posições dos EUA e da UE – que o governo português assina por baixo – é o de deixar Israel à vontade para levar até ao fim os seus planos militares. Nenhuma intervenção pela paz ou por um simples cessar-fogo é de esperar, portanto, da parte dos EUA ou da UE.
Só a força da opinião pública mundial pode exercer um contrapeso que faça recuar Israel e os seus mentores imperialistas. A mobilização das populações em cada país e as acções conjugadas, são pois decisivas para, pelo menos, não deixar passar estes massacres sob silêncio. Exijamos o fim do ataque israelita e o levantamento do bloqueio a Gaza.
Comentários dos leitores
•cinco dias » Agenda 4/1/2009, 15:18
[...] Mudar de Vida] [Apelo do Movimento Português pelos Direitos do Povo Palestino e Pela Paz no Médio Oriente no [...]