Estado espanhol: Tentando criminalizar movimentos sociais
Polícias intimidam acampamentos de jovens revolucionários
Espacio Alternativo / MV — 16 Agosto 2008
Numa clara tentativa concertada para intimidar centenas de jovens revolucionários de toda a Europa que se reuniram em acampamento da organização Espacio Alternativo (filiada na IV Internacional), a polícia da Catalunha (Mossos d’Esquadra) e a Guardia Civil espanhola interceptaram vários autocarros com jovens que, terminado o acampamento, regressavam à origem.
Transcrevemos parte do comunicado sobre o caso emitido pela organização:
Na sexta-feira, dia 1 [de Agosto], à noite, acabaram com grande êxito os 25 acampamentos internacionais de jovens revolucionários que juntaram mais de 600 jovens de toda a Europa. Depois da sessão de encerramento dos acampamentos, os autocarros das diferentes delegações começaram a partir, rumo a Portugal, França, Itália, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Madrid, Andaluzia, etc.
Não muito longe do local onte tiveram lugar os acampamentos, um autocarro com jovens de Portugal e do Estado espanhol foi parado por um controlo da polícia catalã, os Mossos d’Esquadra. Os Mossos entraram no autocarro e exigiram que todos os passageiros pusessem as mãos em cima da cabeça. De seguida pediram a documentação a todos, obrigando a descer do autocarro os que não a tivessem consigo e obrigando-os a abrir as bagagens. Levaram a documentação e só a devolveram algum tempo depois, depois de terem tomado nota dos dados de todos os jovens. Também mandaram descer um deles, procederam a um registo integral da sua bagagem e pertences e confiscaram-lhe por um tempo o seu bloco de notas, cujo conteúdo copiaram. Outro jovem que recebeu uma chamada de telemóvel foi também obrigado a descer do autocarro durante o controlo.
Pouco depois três autocarros, dois franceses e um italiano, foram parados na fronteira com a França por um controlo da Guardia Civil que exigiu a documentação a todos os passageiros e passageiras e tomou nota dos seus nomes e dados pessoais.
As medidas unificadoras da repressão na UE, iniciadas pelo comissário António Vitorino (PS) a pretexto de “coordenação judicial e anticriminal”, mostram assim a sua real finalidade: a criminalização, crescente e coordenada, de quem se atrever a contestar o sistema capitalista. O que sucedeu há alguns anos na Itália e há poucos meses na Alemanha a propósito das reuniões do G8 não são acções isoladas. As polícias e os serviços secretos da Europa já se coordenaram para intimidar e reprimir os movimentos sociais.