Aldeões palestinianos resistem à expansão colonial sionista

JewishPeaceNews.net / MV — 2 Junho 2008

bilin1_72dpi.jpgNa aldeia palestiniana de Bil’in, o exército israelita é o braço armado do movimento dos colonos, que tem mais poder do que quaisquer instituições do Estado, incluindo o Supremo Tribunal, como se verá adiante.
Situada perto de Ramallah na margem ocidental do Jordão, Bil’in tornou-se conhecida ao longo dos últimos anos pelos protestos semanais contra a construção do “muro da vergonha” – a muralha de 6 metros de altura com que o Estado sionista quer separar Israel da Palestina, roubando pelo caminho as melhores terras aráveis às aldeias árabes. Neste caso, o muro separou a aldeia de 60% das suas terras cultivadas (na sua maior parte, olivais e pastagens). Os protestos foram sempre pacíficos, mas os militares israelitas responderam com violência.

Em Setembro passado, o Supremo Tribunal israelita tomou uma decisão favorável aos protestatários, determinando que o traçado do Muro deveria ser deslocado para oeste, restituindo assim mais de 100 hectares de terras cultivadas à aldeia. Foi uma inesperada vitória judicial. No entanto, alegando “razões de segurança”, os militares israelitas ignoraram esta determinação dos juízes; pior ainda, os colonos sionistas do colonato vizinho de Mitetyaho Mizrah, já de si contruído em terras da aldeia, começaram a construir casas nessa terras legalmente pertencentes à aldeia de Bil’in, expandindo os limites do colonato protegidos pelas tropas.

Esta ocupação pelos colonos começou na segunda-feira, 26 de Maio. Iyad Burnat, do comité local contra a construção do Muro e do colonato, contou que os habitantes da aldeia deram conta da operação às primeiras horas do dia. Tentaram dirigir-se às suas terras para se oporem à construção ilegal, mas as tropas impediram-nos de atravessar o Muro para lá chegar. Segundo Burnat, um grupo de aldeões que, prevendo a operação, tinham pernoitado “do lado de lá” nas suas terras, conseguiram abeirar-se dos camiões – que já tinham descarregado 6 casas pré-fabricadas para os colonos – e, colocando-se à frente, impediram-nos de prosseguir o descarregamento. E, até às últimas notícias, continuavam lá.

Os habitantes de Bil’in, com o apoio de militantes judeus anti-Muro, estão decididos a prosseguir a resistência e a luta jurídica possível. Para mais informações consultar o site www.bilin-ffj.org, ou escrever emails para ffj.bilin@yahoo.com ou para majdarmajdar@yahoo.com, ou ainda telefonar para 972 547 847 942.


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