Estudantes combatem praxes reaccionárias

MATA / MV — 30 Maio 2008

praxe_72di.jpgO movimento estudantil MATA (Movimento Anti “Tradição Académica”) denuncia os rituais alienantes associados à chamada Queima das Fitas e à recepção aos caloiros, que são apenas uma forma de desviar os estudantes dos problemas reais que os afligem: a degradação dos cursos e das instalações, a mercantilização e o encarecimento do ensino superior, a ausência de futuro para os diplomados.

Recentemente, na Universidade do Minho, uma jovem foi violada, depois de alcoolizada. Outro caso, ocorrido em 2002 em Santarém, foi agora a julgamento e terminou com uma sentença inédita e exemplar. A queixosa fora “praxada” de forma abjecta: obrigada a despir-se e o corpo coberto de excrementos. Os 7 arguidos foram condenados a multas. Na sentença, o juiz declarou que os “códigos de praxe” não são legais nem legítimos, não correspondem a um “acordo tácito” entre praxista e praxado e até são, por vezes, contra a Constituição.

Os praxistas invocam a “tradição” para justificar estas práticas, no sentido que era dado à palavra no tempo do fascismo. As praxes tinham sido banidas das universidades portuguesas a partir da crise estudantil de 1962, num contexto de luta pela liberdade e contra a guerra colonial. Este retorno, desde os anos 80, da imbecilidade reaccionária e do alcoolismo às universidades é sinal da importância que o capitalismo dá à anulação da juventude como força transformadora e impulsionadora da sociedade.


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