O futuro bate à porta

João Bernardo — 29 Maio 2008

Na sequência do que foi feito nos dois números anteriores do Mudar de Vida, continuo aqui a divulgar as principais informações contidas num artigo sobre vigilância electrónica publicado em The Economist de 29 de Setembro de 2007.

Ultimamente os bancos de dados de DNA tornaram-se cada vez mais importantes para as polícias, completando os velhos catálogos de impressõs digitais. O campeão europeu deste sistema de vigilância é a metade meridional da Grã-Bretanha, composta pela Inglaterra e pelo País de Gales, onde estão recolhidas oficialmente amostras de DNA de 7% da população, embora entre a população negra adulta a proporção se eleve a 1/3. Nos Estados Unidos o banco federal de dados de DNA representa só 1,5% da população, mas devem juntar-se-lhe os bancos de dados estaduais. Curiosamente, os jornais e a televisão têm contribuído, através de notícias sensacionalistas, para difundidir entre a população a convicção de que seria uma excelente medida alimentar com novas amostras os bancos de dados de DNA.

Outro instrumento de fiscalização na vanguarda da tecnologia são os microchips emissores de alta frequência, que até há pouco eram usados só para controlar o transporte de bens, e que agora já são implantados sob a pele de seres humanos. Começou-se com pessoas idosas e desmemoriadas que a família não quer peder de vista e rapidamente se passou, em alguns estados dos Estados Unidos, aos empregados de empresas com acesso a áreas de alta segurança. Alguns especialistas do assunto, invocando o pretexto de pôr cobro ao roubo de documentos de identidade, têm proposto que todos nós beneficiemos do progresso e sejamos equipados com microchips subcutâneos.

Mais futuristicamente ainda, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Itália a polícia tem estado a usar experimentalmente objectos voadores miniaturizados, operados por controlo remoto, tão leves como um pacote de açúcar e invisíveis e inaudíveis a mais de 50 metros de distância. Equipados com câmeras de vídeo e dotados de visão nocturna através de raios infravermelhos, estes objectos voadores destinam-se a observar multidões. A empresa que está a vender esta tecnologia no Reino Unido, MW Power, tem planos para equipar os objectos voadores com um spray que atingirá a roupa e a pele dos visados com um líquido especial, permitindo à polícia proceder mais tarde à identificação destas pessoas.

No próximo número concluirei as referências ao artigo de The Economist.


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