Manifesto dos trabalhadores do República a todos os trabalhadores pobres e explorados de Portugal

26 Abril 2008

republica_72dpi.jpg«[…] Nós, trabalhadores do “República”, somos conscientes de que estamos numa sociedade a que falta ciência e educação, a que falta, portanto, uma política de informação que em vez de mutilar as classes trabalhadoras exploradas e pobres, lhes dê o poder da inteligência e da economia. […]
É esta a ocasião propícia de proceder a uma remodelação completa da nossa política de informação, criando uma informação nas mãos das classes trabalhadoras, independente de todos os compromissos e de todas as solidariedades partidárias, inaugurando uma informação de desforra e de reabilitação, nas mãos dos explorados e dos pobres. […]

Declaramos a todos os trabalhadores portugueses que lutamos para que a classe trabalhadora possa controlar o poder da informação. Declaramos que a classe trabalhadora tem de interferir nas decisões que dizem respeito à produção da comunicação social e à sua distribuição. […]

Declaramos que na informação são os trabalhadores que têm o poder de determinar que o fruto do seu trabalho − o jornal − seja aplicado em realizações que dizem respeito à transformação do homem e da vida e não em objectivos belicistas dos políticos, em privilégios de minorias corruptas ou em exibicionismos partidários. […]»
Lisboa, 11 de Junho de 1975


Comentários dos leitores

velha toupeira 27/4/2008, 14:10

É verdade que o Mário Cesariny se opôs ao movimento dos trabalhadores do República?

João Bernardo 28/4/2008, 8:27

Cara Toupeira, velha ou nova
Dizia-se que o Mário Cesariny tomara essa atitude, mas nunca li nada dele sobre o assunto. O certo é que em torno de Natália Correia se juntaram naquela época várias figuras da poesia e da boémia literária que, em nome da oposição ao totalitarismo, passaram a atacar a esquerda e a extrema-esquerda e encontraram na extrema-direita o novo suporte da democracia. Era esta a política prosseguida por Mário Soares e pela embaixada dos Estados Unidos, com apoio também de algumas facções maoístas. Deve ser por isso que a democracia em que hoje vivemos é tão poética.

novíssima velha toupeira 2/5/2008, 18:51

Foi aqui (http://dn.sapo.pt/2005/07/19/tema/caneta_pe_antifascistas.html) que vi a referência.
Já agora, João Bernardo, coloquei em html um livro seu online, que de qualquer forma já circulava por aí noutros formatos. Já tinha lido os primeiros capítulos em francês no site mondialisme.org. Se quiser reclamar pode fazê-lo aqui.

António Bizarro 30/8/2014, 13:14

Trabalhador do República que assinou este manifesto.


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