Corrupção: uma onda imparável

Pedro Goulart — 24 Março 2008

Já se sabia. Mas, recentemente, os meios de comunicação oficiais têm contribuído com mais pormenores sobre a crescente corrupção que se manifesta, a todos os níveis, onde quer que haja uma alavanca de poder.
Nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes foi um fartar vilanagem. Aí, a gente do CDS parece ter tido um papel significativo. Abel Pinheiro, Nobre Guedes, Paulo Portas e Telmo Correia surgem envolvidos em negócios obscuros como os da Portucale (com dinheiros depositados em conta partidária no BES e sem justificação credível), assim como no caso da cedência do Casino de Lisboa a privados. E, há uns dias, em entrevista ao jornal de Pinto Balsemão, Abel Pinheiro veio mesmo justificar como normal a sua actuação no quadro político vigente.

O mesmo se pode dizer dos negócios do armamento, com comissões pagas aos partidos. Ou da passagem de Ferreira do Amaral – o ministro que tomou decisões em relação à Lusoponte – do governo para a administração desta empresa.
E no que respeita à condução dos negócios privados? O que pretendia a construtora Somague ao entregar mais de 200 mil euros ao PSD? Certamente favores a partir do aparelho de Estado. A isto chama-se tráfico de influências, uma forma de corrupção envolvendo agentes do Estado. Estão a ser investigados criminalmente?

No BCP, vão sendo reveladas aos poucos, mas de forma discreta, as negociatas e ilegalidades cometidas por Jardim Gonçalves, Paulo Teixeira Pinto e apaniguados. Igualmente com as relações nebulosas entre muitas autarquias, a construção civil e o futebol. Mas tudo isto é apenas a parte visível do iceberg de corrupção existente na sociedade portuguesa.

Se analisássemos o que se tem passado no país nas últimas décadas, em numerosas empresas privadas e no aparelho de Estado, dos governos às autarquias, obteríamos uma longa lista de ilegalidades e de corruptos. Mas a justiça portuguesa, porque é uma justiça de classe, mostra-se particularmente branda nestes casos, o que explica o reduzido número de condenados por corrupção e o número considerável de processos que prescrevem ou que são arquivados por “falta de provas”. Ao contrário do que acontece quando são os trabalhadores a não acatar as leis ou mesmo quando, dentro da lei, defendem mais vigorosamente os seus direitos.


Comentários dos leitores

murcon 27/3/2008, 13:43

Estou a ouvir o palhaço do Procurador Geral da Republica (das bananas e,o gaijo,tá a falar das drogas leves como percursoras das drogas pesadas)´só que o filho da puta não fala das operações de lavagem de dinheiro da Opus Dei no BCP,do BES,dos off-shores da MADEIRA!!!!! e outros que tais.
Prefiro o Carloz Carvalhazzz a falar azim,mas muitisssimo mais acertado do que este palhaço.e DEIXEM-ME DIZER:ESTE GAJO É UM PALHAÇO QUE SÓ QUER VER O 'DELE'.É para que tudo continue assim q estEs merdosos bem pagos são ordenados para estes postos para dizerem MERDA!Enquanto isto continuar assim,não acredito em melhoras.
Staline,volta!Estás perdoado,estes gajos são infinitamente piores!

Florival Rogerio Neves Cordeiro 10/4/2008, 18:30

Pois é camaradas, a corrupção em Portugal era para ser levada a sério, mas quem está à frente na luta contra a a corrupção são os grandes tubarões da política. Não estão interessados porque eles têm todos culpa no cartório. Basta ver os ordenados e pensões vitalícias desses senhores que é quem está à frente nas grandes empresas públicas, semipúblcas e privadas. Os patrões salazaristas são os mesmos de agora e há os novos ricos que andam de mãos dadas com quem sempre exploraram, os trabalhadores. Já é hora de dizer chega a esses senhores. Nós todos juntos temos muita força, exemplo dos professores. Temos de erradicar do nosso seio todos aqueles que enriquecem com a força do nosso trabalho e a nossa miséria.


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