O massacre anunciado da população de Gaza

Renato Teixeira — 14 Março 2008

gazamiudos_72dpi.JPGEstá em curso o genocídio do povo palestiniano. Os acontecimentos da Faixa de Gaza mostram essa realidade como nunca. Desde o início de 2008, Israel e o Egipto, com a colaboração dos EUA e a complacência da Nações Unidas e da Fatah, impõem um bloqueio que pretende estrangular a economia em Gaza e humilhar e desmoralizar a sua população.

Israel quer tornar insustentável a vida a um milhão e meio de palestinianos retirando-lhes os mais elementares direitos. São inúmeros os actos de verdadeiro terrorismo: Gaza está sem acesso ao exterior e nenhum habitante tem autorização para sair, escasseiam os bens de primeira necessidade, os serviços hospitalares estão sem gerador de emergência, a luz é frequentemente cortada a partir de Israel, é proibido pescar, as pessoas estão sob vigilância satélite permanente, os mísseis caem todas as manhãs e não poupam hospitais, escolas ou mesquitas. Esse bloqueio, dirigido contra o Hamas e assim contra o resultado das eleições na Palestina, fazia desde início antever o pior.

Nas últimas semanas, o exército israelita iniciou as incursões militares e os raides da Força Aérea, responsáveis por centenas de mortos em poucos dias. Só no primeiro dia da incursão, a 1 de Março, foram assassinadas 61 pessoas, das quais 15 crianças.

O governo de Israel é mais claro nas suas intenções do que é escrito nas páginas da maioria da imprensa. Ehud Barak, ministro da Defesa e membro do Partido Trabalhista, chegou mesmo a dizer que “está na hora do massacre”, usando uma expressão hebraica que é usada para referir o holocausto.

Este anúncio de guerra de Israel teve o apoio dos EUA, e o Conselho de Segurança das Nações Unidas apenas foi capaz de condenar os rockets do Hamas.

Varsóvia ficou conhecida como símbolo do pior do genocídio de judeus, ciganos e comunistas, praticado por Hitler. Hoje, Gaza é o símbolo do lado mais cruel do genocídio dos palestinianos pelo colonialismo israelita. Não é aceitável a confusão entre vítima e agressor. Israel é um Estado fora da lei e criminoso de guerra.


Envie-nos o seu comentário

O seu email não será divulgado. Todos os campos são necessários.

< Voltar