Em 2008 não vão faltar razões para a luta

Pedro Goulart — 2 Janeiro 2008

maniflisboa_72dpi.jpgO ano de 2007 terminou com a greve dos trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), opondo-se ao impasse verificado nas negociações do Acordo de Empresa. Igualmente estão em greve os trabalhadores da recolha do lixo no Porto e em Lisboa. Mas, também contra as crescentes dificuldades no acesso à saúde, as populações de Anadia, de Vila Pouca de Aguiar, Alijó, Murça, Régua e Chaves estão em luta contra o encerramento de Urgências, de Blocos de Partos e de Serviços de Atendimento Permanente (SAP). Como estiveram ou estão lutando moradores de Silves, Almada e Sintra contra os traçados de muita alta tensão da REN, próximos das suas casas, locais de trabalho e de estudo.

Já antes, os trabalhadores da Unicer, com a solidariedade dos trabalhadores de várias empresas do grupo, obrigaram a administração a recuar na tentativa de efectuar um despedimento colectivo, pretendendo substituir os trabalhadores efectivos por trabalhadores precários. Na Valorsul o apoio popular foi decisivo na continuação de uma dura luta por aumentos salariais (e sem redução do período de descanso entre turnos). Luta que se prolongou por oito dias, com a presença e intervenção das forças policiais. E, na Câmara de Lisboa, onde os trabalhadores da limpeza, pela sua unidade e mobilização, também fizeram recuar a administração.

Ainda em Dezembro, as operárias da multinacional alemã Irskens, em Boim/Lousada, travaram um combate contra a saída do equipamento de produção da fábrica, encerrada sem qualquer pré-aviso. Do mesmo modo, os trabalhadores da empresa CTT Expresso estiveram em luta pelo início de negociações com a administração.

Estes alguns exemplos de pequenas e grandes lutas que se desenvolveram ao longo dos últimos meses pela defesa dos direitos e interesses das classes trabalhadoras, dos utentes do Serviço Nacional de Saúde, dos moradores e das populações. Mas não podemos encerrar 2007 sem relembrar ainda, pela sua importância, a greve unitária dos funcionários públicos, em 30 de Novembro, e a enorme manifestação que em 18 de Outubro, trouxe 200 mil trabalhadores para as ruas de Lisboa, em luta contra a política do governo e a flexi-segurança.

A ofensiva patronal e governamental vai prosseguir e intensificar-se em 2008, em ligação com o novo Código de Trabalho, a flexi-segurança e uma aplicação mais rigorosa das medidas de Bruxelas, tornando ainda mais difícil a vida dos portugueses. É essencial acabar com as ilusões e o medo, exigindo-se de todos os explorados e oprimidos uma grande unidade, a generalização e aprofundamento das lutas. É preciso fazer parar esta gente.


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