Patronato aposta na revisão constitucional

Cândido Guedes — 24 Outubro 2007

belmiro.jpgDepois de Menezes no congresso do PSD, Belmiro de Azevedo vem confirmar: “a Constituição Portuguesa tem de ser revista; está muito desactualizada” (SIC-Notícias, 22 de Outubro).
Referindo-se ao acordo da flexi-segurança e ao Tratado Europeu aprovado a 18 de Outubro pelos governos (não pelos povos), disse que Sócrates “tem feito coisas muito boas lá para fora, mais isso ainda não foi repercutido aqui em Portugal”. Belmiro acha que “quanto mais simples e sintéticas forem as constituições, melhor”. E, para ele, a Constituição Portuguesa “é muito restritiva”.
Aponta como exemplo os EUA, cuja Constituição “é tão restrita que não é alterada há 250 anos” – o que é mentira: aprovada em 1787, teve até agora 27 emendas com valor constitucional, a última delas aprovada em 1991. Referiu também o caso do Reino Unido que “nem sequer tem constituição” – o que também é mentira: não sendo “orgânica” (formada por uma única lei fundamental), como a portuguesa, a constituição britânica é inorgânica, ou seja, encontra-se espalhada por inúmeros diplomas legais de natureza constitucional.
Se, para Belmiro – que a revista Forbes considera a 407ª maior fortuna do mundo, com 2,3 mil milhões de dólares -, a Constituição Portuguesa precisa de ser “simplificada”, ficamos a pensar em que consistirá essa simplificação. Achará ele que esta democracia residual em que vivemos ainda é democrática demais? Que os cidadãos ainda têm excesso de direitos? Que os grandes empresários e financeiros ainda têm excesso de obrigações sociais? Mas talvez Belmiro não nos queira esclarecer. O segredo é a alma do negócio.


Comentários dos leitores

Miguel Martinez Devesa 15/12/2007, 0:06

Miguel Martinez Devesa
Milagro 11-Valencia-46003-España
Es asombroso que el sr Belmiro de Acevedo quiera cambiar o revisar la constitución Portuguesa, con el solo fin de sacarle más beneficio a los Portugueses. Le parece poco ser el hombre más rico de Portugal despues de venir de una familia humilde y más sabiendo que Portugal le a permitido hacer toda la riqueza que tiene. En vez de ayudar a su país, entregandole, sino toda, parte de esa riqueza.
Ya en su dia dijo que se "consideraba como un intruso" porque las grandes decisiones en Portugal la tomaban mayormente por representantes del gobierno y unas pocas clases tradicionales como las familias Espirito Santo y Mello.
Fuera de su idea de cambio de la constitución.No comparto.
Tiene otros planteamiento que no estoy de acuerdo con el. En un comentario que hizo en Orden dos Advogados dice: que a sus trabajadores les "inculca la ley" que a su conciencia no le gusta los "abusos de poder ni las injusticias".
Yo soy un ejemplo de sus "injusticias". Ordenó la venta de la fabrica que trabajaba más de 30 años antes de ordenar mi despido.
Cobró 120.000 euros por mi despido pagados por la empresa compradora. Ordenó y mandó una persona para que firmara mi despido y renuncia a 120.000 euros. Cosa que consiguió. Claro que para ello tuve que ser: humillado, chantageado, extorsinado, amenazado, engañado con trampas y mentiras. Recurri a la "Justicia" y no puede hacer nada porque firmé "voluntario". Recurri al sr Belmiro y se rió de mi. (Sigo recurriendo sin hacer ni caso).
Por eso personalmente considero que tiene un corazón de hielo. Y que su afan por el dinero no tiene limites.
Confio que ahora a sus cerca de 70 años, piense de verdad en su país y no en su bolsillo, se lo agradeceremos todos.
Atentamente
Miguel Martinez Devesa

pedro 21/7/2010, 16:08

Opinião muito sensata a sua, sr. Miguel. Eu concordo plenamente no julgamento que faz do sr belmiro, e o pior é como ele há inúmeros em Portugal que não sabem o que é a sensibilidade social. Já era realmente tempo de agradecerem toda a riqueza que o país lhes proporcionou, baixando os seus pornográficos salários, baixando prémios, cortando nas ajudas de custos de todos os políticos (nao sei para que precisam delas se já ganham mto bem), etc, etc. ...em suma, apertarem o cinto tal como o povo, que é sacrificado pela M€rd@ que eles têm vindo a fazer ao longo dos mandatos e para eles terem o dinheiro que têm.


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