Perdão e flagrante delito

M. Raposo — 23 Outubro 2007

Um filho de Jardim Gonçalves (o patrão do Millennium BCP) e um accionista de nome Goes Ferreira obtiveram do banco empréstimos no valor de 12 e 15 milhões de euros, que não pagaram. As dívidas, dadas como incobráveis, foram-lhes perdoadas por decisão dos responsáveis do banco, estando em curso um inquérito para averiguar se houve tratamento de favor.
Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, sossegou-nos a todos dizendo que está “a acompanhar atentamente o caso”. Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, serenou também os espíritos garantindo que “não está em causa a credibilidade das instituições financeiras em Portugal e que “não é possível tirar conclusões” com base nas informações vindas a público. João Salgueiro, presidente da Associação de Bancos, fez notar as campanhas de “informação e desinformação” de que o BCP tem sido alvo, recomendando a todos que sejamos “particularmente cuidadosos”. Aguarda-se, assim, calmamente, que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários investigue. Ou será que o caso vai ser sumariamente encerrado depois de Jardim Gonçalves ter pago os 12 milhões do rebento para evitar chatices?
Mais fácil de resolver foi o caso de uma mulher de 37 anos que, em 18 de Outubro, tentou roubar um casaco e uma mola para o cabelo, no valor de 80 euros, no supermercado Jumbo de Setúbal. Apanhada em flagrante delito, tentando passar pela caixa sem pagar, foi presa pela PSP.


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