Arquivo: Janeiro 2011

Sinais de viragem

Manuel Raposo — 31 Janeiro 2011

tunisia.jpgPelo sétimo dia consecutivo, o Egipto está a ser abalado pelos protestos de milhares de pessoas que, nas ruas das principais cidades, exigem a queda do regime liderado há 30 anos por Hosni Mubarak. Este movimento de massas segue-se aos protestos iniciados na Argélia e depois da Tunísia, e que se ramificaram, em grau por enquanto menor, à Jordânia e ao Iémen. De facto, todos os 22 países do mundo árabe, que cobrem a costa sul do Mediterrâneo e parte do nordeste de África e se estendem até ao Próximo Oriente estão a ser tocados por esta gigantesca revolta popular que põe em causa as bases de regimes políticos e de sistemas sociais que pareciam até há pouco inabaláveis.


Missão sindical europeia no Sahara Ocidental

30 Janeiro 2011

Uma delegação de sindicatos europeus composta por oito centrais sindicais de Espanha, Euskadi, Galiza, França, Itália e Portugal, deslocou-se a El Aiun, capital do Sahara Ocidental, entre os dias 23 e 25 de Janeiro. Durante a visita, a delegação constatou a falta de liberdades políticas, sociais e sindicais da população e dos trabalhadores e trabalhadoras saharauis e expressou a sua solidariedade com o povo saharaui, exigindo que se respeite o seu direito à autodeterminação através da realização do referendo reconhecido em inúmeras resoluções das Nações Unidas e reiteradamente não cumpridas pelo reino de Marrocos.


Dialéctica e tabuada

António Louçã — 28 Janeiro 2011

alegre.jpgNa aritmética elementar, dois e dois são quatro. Mas a luta de classes obedece a leis que relevam da dialéctica, e não da aritmética. Nela – a luta – , dois e dois podem ser menos de quatro, mas também podem ser mais de quatro. Há somas que subtraem e há somas que multiplicam.
Vem este arrazoado a propósito das eleições que, sendo embora filhas bastardas da luta de classes e seus reflexos distorcidos, obedecem mais às leis da dialéctica do que às regularidades da tabuada. As eleições presidenciais de 23 de Janeiro são uma confirmação estrondosa disso mesmo.


Libertem Cesare Battisti

Pedro Goulart — 27 Janeiro 2011

cesarebattisti_1.jpgEm 30 de Dezembro último, como aqui informámos, o presidente Lula recusou extraditar o perseguido político italiano Cesare Battisti e concedeu-lhe asilo no Brasil. Fê-lo contra a opinião das forças mais conservadoras e reaccionárias do país, onde se encontram parte dos elementos do Supremo Tribunal Federal. Hoje, apesar da decisão de Lula da Silva, este Tribunal continua a manter arbitrariamente Battisti na prisão (para entregá-lo ao estado italiano?).
Na linha daquilo que temos feito no MV contra a repressão – informação, denúncia e solidariedade – divulgamos aqui alguns extractos de uma carta de Cesare Battisti, de 18 de Janeiro, dirigida aos companheiros que têm lutado pela sua libertação.


Um sinal vindo de África

Depois da Argélia, a revolta social da juventude da Tunísia alastra pela África do Norte (Egipto) e pela península arábica (Iémen). Um aviso sério para as autocracias vendidas e submetidas à globalização capitalista. FB


Direita unida

22 Janeiro 2011

Não se sabe bem se foi por terem notícia de sondagens favoráveis a Cavaco que os líderes do PS começaram já a falar da futura “cooperação institucional” entre governo e presidência (Sócrates em Castelo Branco, Santos Silva em Matosinhos, Alberto Martins em Vila Real); ou se são as sondagens que reflectem o facto evidente de a direcção do PS preferir a vitória de Cavaco. Seja como for, não escapa a ninguém que, se o candidato da direita unida ganhar à primeira volta, isso se ficará a dever à parte do eleitorado socialista que integra essa direita e que se exprime tanto pela voz de vários dos dirigentes cimeiros do PS como pelo silêncio de outros tantos.


A “família socialista”

21 Janeiro 2011

Manuel Alegre reagiu à facada nas costas que lhe deu Correia de Campos dizendo “já estar à espera”, pelo facto de ele (Alegre) defender o Serviço Nacional de Saúde e o ex-ministro não. Mas isso ilude a questão fundamental: Correia de Campos, que é um dirigente político cimeiro do PS, exprime não apenas uma posição pessoal mas a de uma corrente do próprio PS. Se Alegre nunca foi um exemplo de oposição consistente à política de Sócrates, o acordo que agora o amarra à direcção do PS obriga-o ainda mais a optar por um silêncio comprometido e a ver em posições como a de Correia de Campos simples particularidades pessoais dentro da “família socialista”.


Recado de Sócrates

20 Janeiro 2011

Depois de ter declarado ao jornal i que não apoiava Manuel Alegre e que apenas Cavaco Silva “garante a estabilidade de que o país precisa”, Correia de Campos (ex-ministro da Saúde, liquidador do Serviço Nacional de Saúde para benefício dos hospitais privados e membro da Comissão Política do PS) desmentiu que com tais afirmações estivesse a apoiar Cavaco Silva. É este o modelo seguido por boa parte da direcção do PS: apoiar Cavaco de forma mais ou menos aberta e procurar garantir, em troca, a permanência do governo. Como comentava um leitor do dito jornal, “acho que Sócrates usou o Correia de Campos para mandar recados ao Manuel Alegre”.


Porquê votar contra Cavaco

19 Janeiro 2011

O regime está plenamente representado nas diferentes candidaturas presidenciais, da direita à esquerda. Mas uma larga faixa de gente revoltada não acredita nas propostas de campanha e não vê saída para a situação do país. Será essa a base e a razão maior da abstenção.

Falta uma candidatura que ataque os problemas a partir de fora e não de dentro do sistema instalado; que apresente os interesses das classes trabalhadoras sem o complexo derrotista de ter de “defender o regime” e “salvar a economia nacional”.

Nada de fundamental mudará, portanto, com as próximas eleições. Mas há uma diferença entre uma vitória de Cavaco Silva e uma derrota de Cavaco Silva. Não porque qualquer dos outros candidatos possa operar uma mudança do quadro político, mas porque a derrota do principal candidato da direita seria um incentivo para a resistência de massas. A aposta tem, por isso, de ser feita no sentido de derrotar Cavaco Silva – votando contra Cavaco.

Leia o texto completo da posição do colectivo Mudar de Vida sobre as presidenciais.


Vida e Resistência na Palestina

13 Janeiro 2011

A convite da Biblioteca Orlando Ribeiro, o Comité de Solidariedade com a Palestina participa numa sessão sobre Vida e Resistência na Palestina. Será apresentado o documentário O Muro de Ferro a que se segue um debate. A sessão decorre no sábado 15 de Janeiro, às 15 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro (Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146).


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