Arquivo: Fevereiro 2009

Como se fabrica “opinião pública”

Manuel Raposo — 26 Fevereiro 2009

O diário de distribuição gratuita Meia Hora deu destaque de primeira página, na sua edição de 2 de Fevereiro, aos 30 anos da revolução no Irão dizendo que o país vive “arredado do convívio (?) das nações” por apoiar “grupos radicais islâmicos” e por andar a enriquecer urânio “à revelia da ONU”. Dias depois, a 17 de Fevereiro, comentava o resultado do referendo na Venezuela dizendo que Hugo Chávez “agora pode ficar no poder até se fartar”. Para o jornalismo praticado pelo Meia Hora os factos não contam.


Governo/CGD “ajudam” Manuel Fino

23 Fevereiro 2009

O empresário Manuel Fino pedira à Caixa Geral dos Depósitos muito dinheiro para compra de acções. Como a especulação desta vez correu para o torto, o empresário deu à CGD 10% das suas acções da Cimpor, à conta da dívida. Só que as acções valiam no momento 244 milhões de euros e a CGD adquiriu-as por 305 milhões, dando a M. Fino uma prenda de mais de 60 milhões. Mais: a CGD não pode vender as acções durante 3 anos, mas o empresário pode recomprá-las. Se o valor continuar abaixo do preço de compra, perde a Caixa; se o valor tender a subir, M. Fino pode comprá-las e ganha de novo. Na “resolução da crise”, aqui, como em outros exemplos, é clara a opção do governo PS pelo grande capital.


Desemprego e luta dos professores

Pedro Goulart — 18 Fevereiro 2009

O governo de José Sócrates tem-se revelado useiro e vezeiro na arte de mentir. No que respeita a estatísticas (número de desempregados, número de grevistas, etc.), tanto o governo como os seus comissários políticos, têm demonstrado alguma elaboração na tortura dos números, falseando a realidade.


Cantar Zeca Afonso

No dia 22 de Fevereiro, pelas 16h30m, na Academia de Santo Amaro, em Alcântara, realiza-se uma sessão comemorativa do 22.º aniversário da morte de José Afonso, em que será celebrada a memória do poeta e militante exemplar que o Zeca foi. Entre outros, participam Francisco Fanhais e os Cantadores de Rusga. Alexandre Castanheira declama Ary dos Santos.


Coindu anuncia despedimento colectivo

16 Fevereiro 2009

A Coindu, a maior fábrica têxtil do país, que emprega quase 2 000 trabalhadores, anunciou que vai proceder a um despedimento colectivo. Esta empresa, que dispõe em Portugal de unidades fabris em Famalicão e em Arcos de Valdevez, produz assentos e acessórios para a indústria automóvel e já tem procedido a várias paragens da produção desde Setembro de 2008. Ainda se desconhece o número de trabalhadores que virão a ser afectados por este despedimento.


Dias Loureiro mente

Dias Loureiro, ex-ministro de Cavaco Silva e actualmente Conselheiro de Estado, comprovadamente mentiu quando foi ouvido na Assembleia da República sobre o seu envolvimento no caso SLN/BPN. Negou desconhecer o fundo (Excellence Assets Fund), veículo de um negócio ruinoso em Porto Rico, que causou um prejuízo de 38 milhões de dólares à SLN/BPN, afirmando peremptoriamente que não fora ele quem fizera tal negócio. Verifica-se, agora, com documentos, que Dias Loureiro interveio por duas vezes, assinando quer o contrato-promessa quer a finalização do negócio de Porto Rico. Como diz o ditado popular, cesteiro que faz um cesto faz um cento, se lhe derem vimes e tempo.


Flores de Gaza, lucro de Israel

Carlos Simões — 13 Fevereiro 2009

boicotisraeligoodsmargem.jpgApós 20 meses de bloqueio, Israel permitiu a exportação para a Europa de 25 mil cravos provindos de Gaza. Desde a eleição, em Junho de 2007, do movimento Hamas para governo da autoridade palestiniana que Israel e Egipto, com o apoio dos Estados Unidos da América e da União Europeia, impuseram uma proibição à entrada e saída de bens da Faixa de Gaza. Alimentos, combustível e medicamentos, sejam mercadorias ou ajuda humanitária, são inspeccionados e confiscados na fronteira. Durante a breve trégua do Outono de 2008, Israel permitiu movimento de bens, mas o seu volume manteve-se abaixo de 3% dos valores de 2007.


Amoníacos de Portugal despede 152

A empresa, do grupo Mello, vai fazer um despedimento colectivo de 152 trabalhadores (dos cerca de 240) de duas fábricas no Lavradio, Barreiro. A administração justifica este despedimento com a falta de competitividade, dizendo que a produção de amoníaco e ureia em Portugal deixou de ser viável. Por outro lado, mantém a produção de ácido nítrico e nitrato de amónio (assim como a logística de amoníaco), onde ficam apenas 85 trabalhadores. E diz que esta é a única solução capaz de “a médio e longo prazo salvaguardar o futuro das restantes actividades e respectivos postos de trabalho”. O desemprego soma e segue.


Para Gaza, com amor

Rita Moura — 11 Fevereiro 2009

london_gaza_map.jpgUm mês depois do genocídio em Gaza, o trio terrorista – Livni (que levou a cabo o último massacre), Netanyahu (que a criticou por ter terminado o ataque cedo demais), e Lieberman (que pretende negar cidadania aos israelitas árabes) – ganhou as eleições em Israel. Os cidadãos israelitas, na sua maioria, mostraram mais uma vez que são pela guerra em vez da paz, pela morte em vez da vida.


Fehst em lay-off

O lay-off está na moda. Triste moda. Muitas empresas servem-se do pretexto da crise para aplicar o lay-off. A fábrica de componentes e material eléctrica Fehst, em Braga, há mais de um mês (a partir de 6 de Janeiro) que impôs este processo a 169 trabalhadores, a aplicar durante três meses. Já então a CT da empresa dava o seu parecer negativo, considerando tal processo inadequado. Desde essa altura que os trabalhadores desta empresa são obrigados a parar às segundas e terças-feiras, perdendo mensalmente 30 a 40% do seu salário.


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