Arquivo: Outubro 2008

Salários chorudos

28 Outubro 2008

O economista Vítor Bento, ao falar no Fórum da Competitividade, manifestou-se contra os aumentos propostos pelo Governo para o salário mínimo nacional (assim como para a Função Pública), considerando que “nas presentes condições da crise isso é um tremendo erro macroeconómico”. O ex-dirigente da CIP, Pedro Ferraz da Costa, o actual dirigente desta mesma associação patronal, Francisco Van Zeller, a dirigente do PSD, Manuela Ferreira Leite, assim como vários outros economistas e empresários, também pensam do mesmo modo. Seria interessante verificar como esta gente era capaz de viver com um salário mensal de 450 euros!


Desemprego no Vale do Cávado

Pedro Goulart — 25 Outubro 2008

fidar09_72dpi.jpgJá, por diversas vezes, denunciámos a situação de desemprego e dificuldades várias por que têm passado os trabalhadores do Vale do Ave. Caso grave e bastante conhecido a nível nacional. Embora, e infelizmente, situações deste tipo se tenham multiplicado pelo país, cavando ainda mais fundo o já enorme fosso que, no campo do rendimento, separa ricos e pobres. Agora é a vez de falarmos sobre o Vale do Cávado – uma situação que piora de dia para dia. E que a própria comunicação social do sistema se vê obrigada a relatar.


Tortura em julgamento

24 Outubro 2008

Está em julgamento o caso dos inspectores da PJ que terão espancado (ou mandado espancar) Leonor Cipriano, mãe de uma criança desaparecida, a fim de lhe arrancar uma confissão pela morte da filha na base da qual foi condenada. É habitual ouvir queixas dos presos por espancamentos perpetrados por polícias ou guardas prisionais. Aliás, a Amnistia Internacional já por diversas vezes denunciou a prática de tortura em Portugal. Mas, quando tais casos chegam a julgamento, acabam normalmente na ilibação dos acusados. Ser polícia parece fornecer um salvo-conduto para a violação dos direitos dos cidadãos. Será que prevalecerá, uma vez mais, a palavra dos polícias só porque são polícias?


Marcha indígena na Colômbia

Mais de 8 mil indígenas iniciaram dia 21 uma marcha entre a província de Cauca e a cidade de Cali, reivindicando a posse das terras retiradas aos seus antepassados e que lhes haviam sido prometidas pelo governo de Álvaro Uribe. Protestam, igualmente, contra a violência exercida sobre as suas comunidades. A marcha conta já com adesões em mais 16 províncias. Em vez de entregar as terras prometidas, o governo enviou a polícia e o exército, que já fizeram vários mortos e feridos. Face ao carácter terrorista do governo de Uribe, é de temer o que possa acontecer aos milhares de indígenas que marcham para Cali.


A crise e as suas consequências

José Luís Félix —

Em meu entender nos dias de hoje o sistema capitalista esgotou as capacidades que lhe permitam dar uma resposta positiva aos problemas com que se depara e não consegue satisfazer as necessidades do conjunto das populações do globo. Isto tudo apesar das capacidades de produção terem atingido uma dimensão sem paralelo na história da humanidade, mas a distribuição é distorcida e a obtenção generalizada de bens e serviços só se encontra ao alcance daqueles que têm capacidade aquisitiva. Mesmo segundo os paradigmas do sistema, iníquos e destrutivos, a sede do lucro que é o principal móbil do sistema não encontra saídas que permitam satisfazer as necessidades básicas das populações.


Apoio aos presos iraquianos

22 Outubro 2008

No dia 4 de Novembro tem lugar em Bruxelas uma conferência de imprensa promovida pela Comissão Mundial de Solidariedade com os Prisioneiros de Guerra e Detidos Iraquianos com o objectivo de denunciar a situação nas prisões do país. Serão mostrados filmes e documentos sobre as práticas brutais das autoridades de ocupação norte-americanas e dos serviços de segurança do governo iraquiano. Serão igualmente revelados os métodos de tortura a que os presos são sujeitos. Entre os promotores da iniciativa conta-se o dr. Abdul-Jabbar Al-Kubaisy, que se deslocou a Portugal em 2006 a convite do Tribunal-Iraque e de outras organizações por ocasião do 3.º aniversário da ocupação do Iraque.


Gente humilde

Em entrevista ao Público (12 de Outubro), o escritor António Lobo Antunes revela-nos ser filho de gente humilde. Diz não ter “nobreza de espécie nenhuma”; dá a saber que “o avô do meu avô era um pobre camponês”; e conta que em casa dos pais “era tudo muito austero e com muito pouco dinheiro”. Lembra-se, ainda assim, de o pai, médico, pedir à mulher “cem escudos para encher o depósito do Lância” e de “ter ido fazer a primeira comunhão a Pádua” onde passou um mês com a família. “Está a ver, diz ALA à entrevistadora, o que é atravessar Espanha, França, Suíça, Itália há 60 anos, para fazer a comunhão em Itália?”. Estamos a ver, sim. Todos os trinetos de campónios deste país passaram por isso.


Greve na Grécia

Os trabalhadores dos transportes e dos serviços públicos gregos estiveram em greve no dia 21 de Outubro contra a política económica e social do governo de direita do seu país – contra as privatizações, a austeridade salarial e a reforma das pensões. Esta greve envolveu mais de 800 mil trabalhadores, do metropolitano, dos autocarros, dos aviões, assim como dos bancos e do sector público. Estava igualmente prevista uma manifestação no centro de Atenas. Os trabalhadores gregos têm-se destacado no panorama europeu pela sua grande combatividade.


17 feridos no Rio Grande do Sul

Em 16 de Outubro, a “Marcha dos Sem”, manifestação dos sindicatos e movimentos populares do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, que tem ocorrido desde 1995 e agora contou com 5 mil participantes, foi reprimida por 400 soldados da Brigada Militar. Para impedir que o carro do som se aproximasse da sede do governo do estado, os militares lançaram bombas e feriram 17 manifestantes, a maioria na cabeça. Foram ainda agredidos três deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores (o partido de Lula) e um do Partido Comunista do Brasil (que integra a coligação governamental). Os manifestantes não arredaram pé e afinal o carro do som pôde alcançar o seu objectivo.


Salário justo e desemprego ideal

Pedro Goulart — 21 Outubro 2008

salariojusto72dpi.jpgSão vários os economistas de serviço que se afadigam a demonstrar a bondade do sistema capitalista e a excelência das suas teorias económicas. Daniel Amaral tem sido um deles. E bastante persistente. Ao longo dos anos, em vários jornais e revistas, nomeadamente no Expresso, na Visão e no Diário Económico, tem-se esforçado na defesa da competitividade das empresas, sobretudo através do recurso à diminuição da parcela dos salários no PIB (Produto Interno Bruto). E, apesar das suas boas relações nos meios empresariais, tem procurado fazer-nos acreditar na independência das análises com que habitualmente nos presenteia.


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