Arquivo: Junho 2009

Cresce o desemprego a nível mundial

18 Junho 2009

Segundo dados do Eurostat, e apenas no primeiro trimestre de 2009, na União Europeia, a 27, foram atirados para o desemprego mais de 1 milhão e 900 mil trabalhadores. Foi o terceiro trimestre consecutivo em que o desemprego cresceu fortemente no conjunto destes países. Em Portugal, no mesmo período, foram destruídos cerca de 90 mil postos de trabalho. Por outro lado, a nível mundial e segundo dados da OIT, é previsível que, só este ano, aumente em 59 milhões o número de desempregados. Assim, haverá actualmente mais de 240 milhões desempregados em todo o mundo.


Facol: greve e manifestação

17 Junho 2009

Os cerca de 50 trabalhadores da Facol, empresa do sector corticeiro, em Aveiro, estão em greve desde o dia 4 de Junho, reclamando o pagamento dos salários e subsídios em atraso desde Novembro de 2008. No dia 17, os trabalhadores marcharam em direcção à residência dos patrões em defesa dos seus direitos. A luta agudiza-se, com os patrões a tentarem retirar material das instalações e os trabalhadores em greve a impedir. O sindicato dos corticeiros vai avançar com uma providência cautelar, “para impedir a saída de bens da empresa sem controlo e fiscalização”.


Protestos em Cabul

Centenas de mulheres manifestaram-se em Cabul, Afeganistão, em 15 de Abril, pela revogação de uma lei que lhes nega direitos básicos. A lei protege a violação marital, sujeita as saídas de casa à autorização dos maridos e priva-as da custódia dos filhos e do direito de herança. Protestos, dentro e fora do país, coagiram o presidente Karzai a recuar. Os EUA ocupam e tutelam o país desde 2001 e exercem nele influência decisiva há 30 anos, desde que apoiaram o derrube do governo progressista então no poder.


Comunistas revolucionários condenados em Itália

15 Junho 2009

Enquanto o corrupto e fascistóide Berlusconi governa a Itália e goza impunemente dos seus privilégios, um tribunal de Milão condenou, em 13 de Junho e em primeira instância, vários comunistas revolucionários italianos a pesadas penas de prisão e a elevadas indemnizações. Foram condenados por “terem tentado constituir o partido comunista político-militar”, organização que o aparelho judicial italiano considera terrorista. Os advogados destes militantes de esquerda já declararam que as referidas condenações são típicas dos tribunais especiais fascistas dos anos 20 e 30 do século passado.


O assalto a África

14 Junho 2009

Um estudo da FAO (organização da ONU para a alimentação e agricultura) revela que, em África, 2,5 milhões de hectares de terras férteis foram comprados, desde 2004, em apenas cinco países – Etiópia, Gana, Madagáscar, Mali e Sudão. Os compradores são maioritariamente estrangeiros e grande parte das terras destinam-se a culturas para biocombustíveis. Milhares de camponeses pobres estão assim a ser privados dos seus terrenos de cultivo ao mesmo tempo que a produção alimentar tenderá a diminuir. Vem aí mais fome, portanto; e não vai faltar, no mundo ocidental, quem depois lamente o “atraso” dos africanos.


De consciência limpa e bolsos cheios

13 Junho 2009

No âmbito do inquérito parlamentar ao caso BPN, a direita não se cansa de pedir a cabeça do governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, para ganhar pontos ao PS. Constâncio defende-se dizendo que a supervisão do BP não falhou e afirma-se de “consciência limpa”. De certo modo tem razão: é que o papel do BP não é entravar os negócios da banca, especialmente quando eles correm de feição. Por isso mesmo, Constâncio se mostrou sempre muito mais zeloso ao longo dos anos no aconselhamento de governos e patrões a “moderarem” o aumento de salários dos trabalhadores. É para isso que recebe um chorudo ordenado.


Saneamento à inglesa

Pela primeira vez em mais de 300 anos, o presidente do parlamento britânico teve de se demitir por actos de corrupção. Em causa, o uso de dinheiros do Estado para pagar despesas pessoais, como corridas de táxi da mulher do dito presidente. No acto de moralização, porém, ficou a saber-se que muitos outros deputados de todos os partidos estavam envolvidos em pagamentos da mesma espécie, que iam de limpezas de piscinas até trabalhos de jardinagem e decoração de interiores. Quer dizer que, antes do caso vir a público, toda a gente sabia do assunto e tolerava-o como prática corrente. Presume-se, portanto, que estas pequenas acções de saneamento no parlamento britânico ocorram de 300 em 300 anos.


O capitalismo em coma profundo sobrevive ligado à máquina

Afonso Gonçalves —

capitalism_graffiti.jpgO capitalismo global, tal como o moribundo, pode permanecer vivo mais 15 ou 30 anos alimentado a soro e apoiado com sucessivas terapias de reanimação. O G20, Banco Mundial, FMI, etc. tentam em vão resolver a grave crise que se abateu sobre a economia capitalista e o seu sistema financeiro. Pouco há a fazer senão recorrer a despedimentos, aumentar impostos e aliviar as despesas do Estado com cortes na Segurança Social e práticas afins – desmantelando um sistema que durante longos anos foi o rebuçado e o sedativo que amestrou a classe trabalhadora e uma grande franja da pequena burguesia ligada à gestão de serviços e, também, a pequena intelectualidade universitária e artística.


Um planeta à beira da catástrofe

Michael T. Klare / Manuel Raposo — 11 Junho 2009

grecia-molotov-no-choque72dpi.jpgO texto que divulgamos é um resumo de um artigo do norte-americano Michael T. Klare, que lecciona sobre paz e segurança mundial no Hampshire College, EUA. Foi publicado em Março no site CounterPunch e aborda a actual crise mundial do capitalismo por um ângulo interessante e actual: o crescimento da violência de massas num quadro de aumento da pobreza e do desespero.
Numa altura em que as forças da ordem (políticas, policiais, judiciais, morais) visam criminalizar as acções de protesto social – insistindo na tecla do aumento da criminalidade e iludindo a relação entre crime e pobreza – o texto de Michael Klare mostra bem a relação directa que existe entre a crise em curso e os protestos massivos. E mostra mais: a inevitabilidade da violência como reacção ao aumento da pobreza e à falta de perspectivas de futuro.


Greve na Inapal Plásticos

10 Junho 2009

Os trabalhadores da Inapal Plásticos iniciaram no dia 8 de Junho uma greve de dois dias, exigindo diálogo com a administração da empresa e reivindicando aumento de salários, assim como melhores condições ambientais de trabalho. De salientar que grande parte dos trabalhadores da empresa, devido ao manuseamento de alguns produtos, sofre de graves problemas pulmonares. A Inapal Plásticos fabrica componentes de plástico para a indústria automóvel e é fornecedora da Autoeuropa. Daí que actualmente se esteja a desenvolver uma campanha de solidariedade com os trabalhadores da Inapal entre os trabalhadores de outras empresas do Parque Industrial da Autoeuropa.