Arquivo: Novembro 2007

Greve dos trabalhadores dos STCP paralisa transportes

21 Novembro 2007

Teve início à zero horas de hoje, dia 21, uma greve dos trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) que durará até às 2 horas de amanhã. Segundo informações fornecidas pelo Sindicato Nacional dos Motoristas, a adesão inicial foi de 40%, pelo facto de a paralisação afectar apenas as duas últimas horas de cada turno de trabalho. Calcula-se que os efeitos da greve se farão sentir mais pelo final da tarde de hoje, disse um sindicalista, por ser cerca das 17 horas que termina o maior número de turnos.


“Nós a dialogar e eles a bater”

19 Novembro 2007

valorsulnoite18nov_72dpi.jpg“Precisamos da solidariedade de todos. Venham apoiar os trabalhadores da Valorsul!” É este o apelo transmitido ao MV hoje ao fim da manhã. David Costa, delegado sindical da empresa, contou-nos como a força de choque da GNR atacou o piquete de greve presente no aterro sanitário de Mato da Cruz no preciso momento em que uma delegação dos trabalhadores se encontrava no gabinete do primeiro-ministro Sócrates a exigir negociações com a administração: “Nós a dialogar, e eles a bater!”. A Valorsul é uma empresa comparticipada pelos 4 municípios que utilizam os seus serviços: Lisboa [PS-BE], Vila Franca de Xira [PS], Loures [PS] (que inclui o serviço de Odivelas [PS]) e Amadora [PS].


A luta dos estudantes em França

Pedro Fidalgo (*) —

francaestudantes1_72dpi.jpgAs rápidas informações que se seguem são apenas um resumo dos últimos movimentos estudantis em França. São um retrato rápido (que o tempo não deu para mais) do movimento contra as políticas de Sarkozy. Dado os média franceses (televisões, rádios, jornais e revistas) estarem na quase totalidade em colaboração com o governo de Sarkozy e tentarem dividir a opinião pública, distorcendo o contexto da luta dos estudantes, sinto-me no dever de fazer chegar aos estudantes e jornalistas portugueses algumas informações mais específicas dos acontecimentos.


Movemento contra a privatização e a mercantilização das universidades públicas

Cândido Guedes —

movemento72dpi.jpgUm grupo de estudantes universitários que, antes do verão, se destacou na luta contra o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), fez-nos chegar o seu boletim Movemento. O MOVE – Movimento Aberto por Outra Vida na Escola – denuncia o RJIES como uma verdadeira operação de privatização das universidades públicas, que, no novo regime, ficarão directamente à mercê dos grupos económicos privados e dos seus interesses de lucro e orientação profissional.


Ideia enraizada

18 Novembro 2007

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Thomaz, revelou um verdadeiro segredo de Polichinelo: as grandes empresas portuguesas estão envolvidas nas fraudes fiscais, contrariando a “ideia enraizada” de que “as grandes empresas não cometem fraudes”, disse o membro do governo. Mas em que cabeças é que essa ideia está enraizada, senhor secretário de Estado?


Epidemia de suicídios

Durante 2005, suicidaram-se pelo menos 6256 veteranos de guerra das forças armadas dos EUA – 120 por semana, 17 por dia. É uma “epidemia”, diz a cadeia de televisão CBS, que realizou a investigação. A maioria tinha entre 20 e 24 anos de idade e fizera missões de combate “antiterrorista” no Afeganistão e no Iraque. Este “efeito colateral” não pode deixar de ser visto como mais um aspecto da derrota imposta ao imperialismo norte-americano pelas resistências iraquiana e afegã.


Com apoio de populares, piquete neutraliza GNR e impede entrada do lixo

17 Novembro 2007

valorsulpoliciavspiquete.jpgO MV tem estado a acompanhar a luta dos operários da Valorsul, cujo foco principal se passou a centrar no aterro sanitário do Mato da Cruz, perto de Bucelas. Quando chegámos, cerca das 22h, fomos informados de que a GNR, às 20h, dispersara o piquete e abrira caminho à entrada dos camiões. Todavia, às 22h30, o piquete – agora reforçado com o apoio de muitas dezenas de populares – conseguiu interromper a entrada de camiões, que foram formando uma longa fila na estrada. Tudo isto sob a vigilância de uma dúzia de GNRs e com a presença continuada de uma equipa de reportagem da SIC, que fez dois “directos” com entrevistas ao delegado sindical David Costa. Três camiões, à vez, deram meia volta e foram-se embora sob aplausos.


Fora-da-lei

Depois de, há meses, ter declarado o aborto “como algo negativo” – já depois de legalizada a interrupção voluntária da gravidez – o bastonário da Ordem dos Médicos insiste em encabeçar a resistência à aplicação da lei, desta vez recusando adequar o código deontológico dos médicos à nova situação legal. Brandindo a independência da Ordem em relação ao governo, o dr Pedro Nunes não faz mais do que pôr os credos individuais de certos médicos acima de uma lei com evidentes repercussões sociais.


Matar impunemente

No primeiro semestre deste ano, foram registadas no Brasil 694 execuções “extrajudiciais”, isto é, assassinatos cometidos pela polícia, disse em Brasília um relator da ONU encarregado do assunto. Philip Alston acusou a polícia de “matar impunemente em nome da segurança” e ainda de “entrar na corrupção e formar grupos de extermínio e milícias”. Em Junho, numa operação com 1300 polícias, foram mortas 19 pessoas numa favela do Rio de Janeiro.


Rumo à “paz real”

Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, apelou no dia 15 ao derrube do governo do Hamas, acusando-o de ser “uma cambada” e de ter tomado o poder pela força em Gaza. A verdade é outra: o Hamas ganhou as eleições por maioria absoluta e constituiu um governo legítimo; foi boicotado por Israel, EUA e UE que forneceram armas e dinheiro a Abbas e à Fatah para fazerem um golpe de estado; como o golpe só teve êxito na Cisjordânia, Abbas quer agora desalojar o Hamas de Gaza. Conta com os mesmos apoios externos e isso define a sua concepção de independência para a Palestina. “Paz real” com Israel, chama-lhe Abbas.