O “terror” posto a nu

Dr Gideon Polya (*) — 21 Março 2008

terror.jpgAs estatísticas sobre mortalidade da Divisão de População da ONU, UNICEF, a literatura médica e outras fontes permitem calcular o risco anual de morte de vários grupos. O risco para a humanidade do terrorismo de Estado praticado pelos EUA e Israel é largamente maior do que o risco do terrorismo não estatal de origem muçulmana.

O risco anual de morte violenta causada por terror não estatal de origem muçulmana nos últimos 40 anos foi de 0,03 por 100 mil civis ocidentais, de 0,03 por 100 mil civis norte-americanos (aceitando a versão de Bush sobre o 11 de Setembro de 2001) e de 1 por cada 100 mil israelitas.
Note-se que o risco anual de morte é de cerca de 1 por 100 mil para as mortes provocadas por uma pessoa conhecida ou um familiar e de cerca de 0,03 por 100 mil quando causada por raios ou ataques de tubarões.

Em contraste flagrante, o risco anual de morte causada, directa ou indirectamente, pelo terrorismo praticado por um Estado ocupante foi de 320 por 100 mil para os palestinianos ocupados por Israel (1967-2008); de cerca de 1.000 por 100 mil para os iraquianos ocupados pelos EUA (2003-2008); e de cerca de 3.000 por 100 mil para os afegão ocupados pelos EUA e tropas da NATO (2001-2008).
Note-se que o risco anual de morte é de 2.200 por 100 mil indígenas australianos, de 2.700 por 100 mil para as crianças iraquianas sob ocupação e de 6.700 por 100 mil crianças afegãs sob ocupação – e foi de 10.200 por 100 mil para os australianos prisioneiros de guerra dos japoneses e de 17.000 por 100 mil para os judeus na Europa ocupada na segunda guerra mundial.
A “ameaça terrorista”, que serviu de base para a horrenda “guerra ao terrorismo” de George Bush contra os países muçulmanos e às draconianas leis anti-terroristas aplicadas nos EUA, no Reino Unido e na Austrália, é uma enorme Orweliana e Goebbelsiana mentira.

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(*) Gideon Polya é um bioquímico australiano nascido em 1944 em Melbourne. Em 40 anos de carreira profissional como investigador e professor publicou mais de uma centena de livros. Tem-se dedicado à denúncia das atrocidades cometidas pelas agressões militares dos EUA, do Reino Unido e de Israel, bem como à colaboração da Austrália.
Para uma análise detalhada e documentada dos valores indicados no texto que publicamos, ver “UK, Israeli and US state terrorism vastly worse than Muslim-origin non-state terrorism”: http://www.countercurrents.org/polya130308.htm


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