A Igreja e a Escola

9 Novembro 2009

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou, em sentença, a exibição do símbolo de uma determinada confissão religiosa (no caso, o crucifixo cristão) em instalações públicas e “especialmente em aulas”. O Vaticano e a Igreja Católica portuguesa já reagiram, mal, a esta decisão. No que respeita à Igreja Católica portuguesa, que durante a ditadura fascista conviveu bem com a presença obrigatória da fotografia de Salazar ao lado do crucifixo, nas salas de aula, compreende-se que tal decisão não agrade. Pelos vistos, acha bem que se continue a impor a não crentes e a crentes de outras religiões a presença do crucifixo na escola pública. E o que faz o Estado português, dito laico?


Comentários dos leitores

helder raimundo 9/11/2009, 23:59

Crucifixos laicos?
Volto à carga. Em tempos tinha manifestado o meu desagrado pela presença de símbolos religiosos nas salas de aula. O que está em causa nesta posição é simplesmente a defesa do conceito de tolerância e a prática de respeito pela diversidade cultural e religiosa. Acrescenta-se o facto de o estado - essa invenção da modernidade - ser, entre outras coisas, definido como laico. Portanto, insuspeito de qualquer referência religiosa. Se o crucifixo é ou não uma marca cultural, respondo que sim. Contudo, ele deve ser visto sobretudo como marca religiosa, símbolo de uma religião específica e, por isso, a sua presença numa escola pública contraria os princípios atrás enunciados.


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