GNR e trabalhadores guardam bens da fiação Fidar

Celestino Braga — 1 Outubro 2008

fidar-2_72dpi.jpgAgentes da GNR estão a guardar as instalações da fiação Fidar, em Gondar Guimarães, por ordem do Tribunal, que atendeu a um pedido dos trabalhadores. A medida tem carácter cautelar e destina-se a salvaguardar o património da empresa, surgindo depois de algumas escaramuças com a administração. Ironicamente, depois de ter sido chamada para obrigar trabalhadores despedidos da empresa de Gondar, Guimarães, a abandonar as instalações da fábrica, por solicitação da administração, a GNR efectua, juntamente com os operários – acantonados numa tenda às portas da unidade industrial – a acção de vigilância às instalações da Fidar.

A medida decretada pelo Tribunal de Guimarães destina-se a acautelar os bens da empresa, salvaguardando qualquer tentativa de remoção e, consequentemente, a assegurar o património que poderá custear as indemnizações a credores e operários.

A Fiação Fidar, em Gondar, encerrou a laboração no início do mês de Agosto. Cento e cinquenta trabalhadores ficaram sem emprego, mas cerca de uma centena permaneceu, de forma rotativa, no interior da empresa para impedir «a saída de bens». Depois da acção da GNR, a retirada dos operários do interior da fábrica de fiação, um espaço de «propriedade privada», decorreu «de forma pacífica e ordeira». «Os antigos funcionários estavam a cometer um crime porque estavam a ocupar um espaço privado sem que, para isso, tivessem autorização», referiu um membro da administração da Fidar.

Os funcionários passaram do interior para o exterior, abrigando-se numa tenda improvisada e mantendo vigilância permanente, de forma rotativa, dia e noite, faça sol ou chuva. «Daqui só saímos com aquilo a que temos direito», asseguram, tendo requerido a presença policial, depois de nova escaramuça com a administração, que tentou retirar um automóvel da unidade fabril.

O pedido de insolvência apresentado pelos trabalhadores associados do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes já foi aceite pelo Tribunal de Guimarães. A Fidar dedicava-se à preparação e fiação de fibras para a indústria têxtil.


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