Arquivo: Julho 2017

As mentiras sobre o Afeganistão

Manuel Raposo — 26 Julho 2017

SYRIA-CONFLICTA NATO “estuda” o envio mais “alguns milhares” de tropas para o Afeganistão, disse o seu secretário-geral. Trata-se de mais uma pressão dos EUA no sentido de envolver os comparsas da Aliança numa guerra sem fim — já lá vão 16 anos — e que tem evoluído negativamente para as potências imperialistas, com ganhos territoriais para os Talibã e crescentes baixas entre as forças ocidentais. Antes do ataque ordenado por Bush em 2001, já James Carter tinha iniciado a intervenção norte-americana a pretexto da “invasão soviética”. Vale a pena conhecer a verdadeira história desta guerra que resumimos a partir de um artigo publicado pelo jornal comunista norte-americano Workers World.


Camarilha

24 Julho 2017

Hermínio Loureiro, vice presidente da Federação Portuguesa de Futebol e ex-presidente da CM de Oliveira de Azeméis, mais o actual presidente da Câmara, mais um empresário que foi presidente do conselho de administração da Assembleia da República e presidente da CCDR Norte, mais um adjunto de Loureiro, mais outros três empresários foram detidos pela PJ por corrupção, num esquema de adjudicação de obras de favor. Nas 31 buscas realizadas, que incluíram 5 câmaras municipais e 5 clubes de futebol, foram apreendidos 15 imóveis, 6 milhões de euros em dinheiro e 6 carros de luxo, entre eles um Bentley de Hermínio Loureiro (valendo de 200 a 300 mil euros). Tudo, diz a polícia, fruto de crimes de corrupção e tráfico de influências.


Reinserção social

23 Julho 2017

Isaltino Morais e Narciso Miranda são de novo candidatos às câmaras de Oeiras e Matosinhos. Isaltino, ex-ministro e ex-autarca, foi condenado em 2009 a 7 anos de cadeia por corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais e abuso de poder. Narciso foi condenado a 2 anos e 10 meses de prisão, com pena suspensa, em 2015 por abuso de confiança e falsificação de documentos.


Greve geral dos trabalhadores da PT

Pedro Goulart — 22 Julho 2017

GrevePTMais de 2000 trabalhadores da PT de todo o país estiveram no dia 21 em greve de 24 horas, contra a transferência de funcionários desta empresa para empresas parceiras ou outras empresas do grupo Altice, iniciando uma marcha de protesto da sede da empresa, em Picoas, Lisboa, até à residência oficial do primeiro-ministro. Os trabalhadores da PT estão a levar a cabo uma luta pela defesa dos postos de trabalho, pelos direitos laborais e sociais, assim como por uma boa prestação de serviços à população.


O tabu

19 Julho 2017

O PCP e o BE, que tanto defendem um Portugal livre de tutelas exteriores, teriam no caso de Tancos, se não o tratassem como facto isolado, uma boa ocasião de mostrar como a subordinação militar à NATO e às aventuras militares do imperialismo prejudicam o país. Bastaria estender os exemplos à fraude nas messes da Força Aérea, ao roubo de armas da PSP, aos submarinos, aos blindados Pandur e por aí fora. Lembrando não só os gastos em missões externas ou material militar, mas também o foco de corrupção que tal subordinação origina.

Mas não. Jerónimo de Sousa culpou os governos que “reduziram ao osso a condição militar” praticando “cortes e mais cortes” que “colocam em causa a missão das Forças Armadas”. Catarina Martins ficou “perplexa” com “este falhanço em tarefas fundamentais do Estado”.


Gestores de topo

12 Julho 2017

António Mexia, à frente da EDP há 12 anos e ex-ministro, está a ser investigado por suspeitas de corrupção. O mesmo com o presidente da EDP Renováveis, Manso Neto, e com Manuel Pinho, o ex-ministro de Sócrates que tutelava a EDP. Também um ex-responsável pela Direcção-Geral de Energia foi recentemente constituído arguido. Em causa está a suspeita de que as rendas pagas pelo Estado à EDP, no âmbito de um acordo estabelecido quando Pinho foi ministro, foram empoladas, tendo Mexia e Manso beneficiado do negócio. Só entre 2007 e 2011, diz a Comissão Europeia, a EDP recebeu do Estado 1500 milhões de euros. Os consumidores portugueses pagam a energia mais cara da União Europeia.


Tancos e muito mais

Manuel Raposo —

Medalha SDA pergunta que tem faltado na discussão sobre o caso de Tancos é esta: pode um roubo de tal dimensão ser praticado sem colaboração interna? Tudo aponta que não. A incúria, a vedação furada, a falta de vídeo-vigilância e de rondas, e tudo o mais que se descubra, são, quando muito, como é bom de ver, incidentes que podem ter facilitado a operação, mas que não explicam a limpeza como pôde ser levada a cabo. De resto, como poderiam os gatunos saber destas facilidades se, mais uma vez, não tivessem informação de dentro?

Depois do foguetório inicial da comunicação social e das forças políticas, a discussão está agora a ser reduzida a um problema de “falha de segurança” e é dentro desse âmbito fechado que se procuram “responsáveis”. Percebe-se porquê: a resposta à pergunta que levantamos implica não com “incúrias” mas com corrupção e redes de tráfico de armas. E para o poder, é claro, importa ilibar as forças armadas, e as instituições em geral, desse tipo de crime.