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30 Março 2024
Tópico: País
Primeiro de Maio. Romper o bloqueio
Editor — 5 Maio 2023
Falemos dos últimos 48 anos, decorridos desde o fim do PREC em novembro de 1975.
De governo em governo, o ataque aos trabalhadores foi sempre aumentando. Não obstante a resistência das greves, dos protestos e das manifestações, apesar do esforço de militantes, de sindicalistas e activistas diversos, esta evolução não pôde ser invertida. O curso dos acontecimentos contribui para espalhar a ideia de que não há alternativa à força do capitalismo, dos patrões, dos políticos que os servem.
25 de Abril. Onde estamos, o que fazer?
Editor — 27 Abril 2023
As grandes manifestações que desfilaram por todo o país mostram que milhares e milhares de pessoas não desistem das esperanças que o 25 de Abril trouxe. Os incidentes parlamentares, o fiasco dos anunciados protestos fascistas ou as trocas de galhardetes partidários tiveram, como sempre, mais eco nos média do que as vozes populares. É mesmo assim — trata-se da marca do regime, por mais que os seus protagonistas se revistam de capas democráticas. Mas isso só mostra a distância que separa os milhares que, por vontade própria, saíram à rua daqueles que, engravatados, se dizem seus representantes.
O mundo já mudou
Editor / O Comuneiro — 11 Abril 2023
À vista de uma catástrofe financeira largamente anunciada, o Ocidente aproxima-se de um abismo de profundidade e de contornos ainda por determinar, mas que não será seguramente coisa ligeira. O desfecho que se pode antever da contenda que se trava entre o sistema imperialista ocidental e o resto do mundo terá certamente uma dimensão histórica. Querer manter equidistância e indiferença perante este confronto, será sinal de inconsciência, de má-fé ou de diletantismo — e só resultará em impotência política. O mundo já mudou, só não se sabe em que exacta medida.
A eterna questão da habitação
Manuel Raposo — 9 Março 2023
Bastou o Governo anunciar umas tímidas propostas de remedeio da desgraçada situação habitacional do país, para que a direita, num reflexo salazarista, viesse acusar António Costa de “comunista” e alcunhar as medidas como um atentado à sacrossanta propriedade privada. Os actores de tal histeria sabem bem que ninguém no governo é “comunista”, nem a propriedade privada está em risco. Tamanho coro de queixas exaltadas serve para gerar confusão e lançar mais uma acha na fogueira da luta partidária. Mas, sobretudo, serve para travar à partida qualquer tentativa de bulir com a liberdade dos proprietários fundiários e dos investidores financeiros de especularem à vontade com o parque habitacional e a construção.
Mulheres de todo o mundo, uni-vos!
Editor — 8 Março 2023
No ano passado, de janeiro a novembro, foram assassinadas em Portugal 28 mulheres, 25 delas em contexto familiar ou de intimidade. Nas tarefas domésticas, as mulheres portuguesas arcam com 87% do tempo e os homens 12%. A taxa de pobreza e de desemprego é maior entre as mulheres. (Dados da UMAR e da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, 2022)
Ponto de mira
A liberdade não está a passar por aqui
Editor — 20 Fevereiro 2023
O presidente da República não achou melhor maneira de marcar o primeiro aniversário da guerra na Ucrânia do que condecorar o seu colega Zelensky com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade.
Não nos devemos espantar. Um regime que assinalou recentemente a morte de Adriano Moreira como se ele tivesse sido um dos maiores vultos da política nacional — sem dizer uma sílaba sequer sobre o seu passado colonialista e fascista, nunca retractado — um regime assim define-se a si mesmo, e dele se pode esperar tudo.
O que nos dizem as sondagens sobre a guerra
Urbano de Campos — 12 Fevereiro 2023
Sondagens de opinião feitas ao longo do ano passado desmentem que a população europeia esteja de alma e coração com a política da UE e da Nato a respeito da Ucrânia, como a monocórdica e esmagadora propaganda oficial pretende fazer crer. Ao contrário, revelam uma percentagem muito significativa de pessoas que se manifestam pelo fim rápido da guerra, mesmo que a Ucrânia tenha de ceder território. Esta posição tende a aumentar com o agravamento dos efeitos económicos do conflito e das sanções, e ganha maior expressão sobretudo entre as classes sociais com menores rendimentos.
Imigrantes mortos? Foi um azar…
Editor / MAR – Movimento Anti-Racista — 10 Fevereiro 2023
O incêndio que, no centro de Lisboa, matou dois imigrantes e feriu mais catorze foi motivo para todas as lamentações e condolências imagináveis por parte dos poderes públicos: Junta de Freguesia, Câmara Municipal, Presidência da República, Governo. Esta tragédia, no entanto, apenas veio pôr a descoberto uma situação de todos conhecida: a miséria e a marginalização em que a mão-de-obra imigrante é mantida.
Até quando a guerra vai ser tabu?
Manuel Raposo — 3 Fevereiro 2023
Dezenas de jornalistas e opinadores gastaram horas de comentários sobre a recente entrevista televisiva do primeiro-ministro. Escalpelizaram tudo: inflação, aplicação dos fundos europeus, dívida pública, luta dos professores, demissões no Governo, escândalos na TAP. Mas, apesar de todo este afã analítico, ninguém teve a ousadia de trazer à baila a questão da guerra na Ucrânia no que respeita à posição do Governo e do Estado. António Costa deu-se assim ao luxo de mencionar de passagem a guerra como mais um incidente “inesperado”, a par da pandemia ou da inflação, como coisa com que ninguém estaria a contar e que, como um golpe de vento, veio perturbar o bom rumo da governação.
Ponto de mira
Cruzada moralizadora
Editor — 21 Janeiro 2023
Como o PS faz a política de que o patronato precisa de momento, a direita não tem política que se veja. A política do Governo é esta: calar a boca aos pobres e assalariados com umas migalhas, enquanto o Estado paga a colossal dívida dos privados com dinheiro público, ao mesmo tempo que os abastece de capital fresco, gratuitamente e a rodos, com as verbas do PRR.
Sem política própria, resta à direita a intriga e o trabalho de sapa. O surto de denúncias de corrupção, de incompatibilidades, de “falta de ética”, etc. — de parte a parte, entre as forças do poder e adjacências — apenas revela de forma concentrada e em catadupa a corrupção e o compadrio de que se alimentam as classes dominantes.