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8 Março 2024
Tópico: Efeméride
Imperialismo, questão central do nosso tempo
Editor / Prabhat Patnaik — 11 Fevereiro 2024
O centésimo aniversário da morte de Lenine, completado a 21 de Janeiro deste ano, foi ocasião para recordar, entre outros assuntos, a importância teórica e política do tema Imperialismo. Tanto mais quanto o estado de guerra permanente em que o mundo se vê envolvido se acentua a olhos vistos – na Ucrânia, na Palestina, no Próximo ou no Extremo Oriente. O marxista indiano Prabhat Patnaik trata do assunto, a nosso ver, com duplo mérito: recorda de forma concisa o inovador contributo de Lenine e, do mesmo passo, não deixa de alertar para as mudanças entretanto ocorridas no mundo, exortando-nos a desbravar terrenos que são cruciais para a afirmação do socialismo no nosso tempo.
25 de novembro, o de ontem e o de hoje
Manuel Raposo — 28 Novembro 2023
Não é bem o 25 de novembro de 1975 que a direita hoje festeja. O movimento que está em curso (na verdade, não se trata apenas de um episódio evocativo) foi lançado em primeira mão pelo CDS em 2019 e vivamente acolhido por toda a direita, até que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa achou, este ano, chegado o momento de pôr a ideia em marcha. A evocação, cobrindo-se com juras de pluralismo democrático, visa, de facto, dar impulso a um programa político antipopular, por isso mesmo antidemocrático – mas também, pelas forças que procura agregar, inevitavelmente protofascista ou mesmo abertamente fascista.
Quem com ferros mata
Urbano de Campos — 11 Setembro 2023
11 de setembro de 1973, Chile. O general Pinochet chefia um golpe de Estado que derruba o regime democrático presidido por Salvador Allende, líder da Unidade Popular. O Chile vivia desde 1970 um movimento de massas que ameaçava os poderes da burguesia doméstica e os interesses dos monopólios imperialistas, com os EUA à cabeça. Como homem de mão dos serviços secretos norte-americanos, Pinochet implantou uma das ditaduras mais sanguinárias dos tempos modernos e ensaiou uma das primeiras experiências do que viria a chamar-se o neoliberalismo económico.
10 de Junho, espelho de dois regimes
Manuel Raposo — 9 Junho 2023
O fascismo português comemorava o 10 de Junho sob uma designação bem expressiva: “Dia da Raça”, em exaltação dos feitos coloniais e da supremacia branca e, a partir de 1961, como suporte ideológico e político da guerra colonial. O regime democrático converteu a mesma data na evocação de uma mítica comunidade de língua e de cultura de raiz portuguesa-europeia, na tentativa de — nessa base superficialmente comum a vários povos e geografias — restaurar laços políticos e interesses económicos que as guerras de libertação colonial tinham combatido e rompido. As comunidades portuguesas emigradas tornaram-se pretexto, veículo e palco dessa diplomacia de veludo. Sobretudo, nada de acordar os fantasmas do colonialismo e do fascismo.
Primeiro de Maio. Romper o bloqueio
Editor — 5 Maio 2023
Falemos dos últimos 48 anos, decorridos desde o fim do PREC em novembro de 1975.
De governo em governo, o ataque aos trabalhadores foi sempre aumentando. Não obstante a resistência das greves, dos protestos e das manifestações, apesar do esforço de militantes, de sindicalistas e activistas diversos, esta evolução não pôde ser invertida. O curso dos acontecimentos contribui para espalhar a ideia de que não há alternativa à força do capitalismo, dos patrões, dos políticos que os servem.
25 de Abril. Onde estamos, o que fazer?
Editor — 27 Abril 2023
As grandes manifestações que desfilaram por todo o país mostram que milhares e milhares de pessoas não desistem das esperanças que o 25 de Abril trouxe. Os incidentes parlamentares, o fiasco dos anunciados protestos fascistas ou as trocas de galhardetes partidários tiveram, como sempre, mais eco nos média do que as vozes populares. É mesmo assim — trata-se da marca do regime, por mais que os seus protagonistas se revistam de capas democráticas. Mas isso só mostra a distância que separa os milhares que, por vontade própria, saíram à rua daqueles que, engravatados, se dizem seus representantes.
Iraque: o que mudou em 20 anos
Manuel Raposo — 22 Março 2023
A invasão do Iraque iniciada a 19 de março de 2003 foi evocada com um certo incómodo por parte das forças que a promoveram e a apoiaram. Com efeito, a mentira, rapidamente desfeita, acerca das armas de destruição massiva (ADM) — que foi o argumento definitivo usado por norte-americanos e britânicos para justificar o ataque — não deixa margem para dúvida acerca da montagem então congeminada para enganar a opinião pública. As torturas praticadas na prisão de Abu Ghraib e o arbítrio de Guantânamo, que dura até hoje, completam o quadro da acção “libertadora” e “democratizadora” levada a cabo pelos EUA.
A Comuna: viva há 152 anos
Editor — 18 Março 2023
Em 18 de março de 1871, o povo de Paris tomou conta do poder. Respondeu assim à derrota sofrida pela França na guerra com a Prússia, iniciada um ano antes, na qual Napoleão III tinha envolvido o país. A guerra imperialista franco-prussiana transformou-se em guerra civil; o proletariado apontou armas à burguesia e ao poder da Terceira República.
Mulheres de todo o mundo, uni-vos!
Editor — 8 Março 2023
No ano passado, de janeiro a novembro, foram assassinadas em Portugal 28 mulheres, 25 delas em contexto familiar ou de intimidade. Nas tarefas domésticas, as mulheres portuguesas arcam com 87% do tempo e os homens 12%. A taxa de pobreza e de desemprego é maior entre as mulheres. (Dados da UMAR e da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, 2022)
25 de Abril, uma querela distorcida
Urbano de Campos — 27 Abril 2021
A polémica em torno da manifestação do 25 de Abril em Lisboa tem o seu quê de instrutivo. Obviamente, a Iniciativa Liberal quis fazer escândalo e dar nas vistas ao reclamar o direito “democrático” de, oportunisticamente, se encastoar num desfile que sabia ser promovido por forças de cor política diversa da sua. O que a IL pretendia não era festejar o 25 de Abril. Era sim meter uma cunha do 25 de Novembro no desfile do 25 de Abril.