Manifestação nacional de jovens contra o trabalho precário

Urbano de Campos — 27 Março 2008

Tem lugar em Lisboa uma manifestação nacional de jovens trabalhadores promovida pela CGTP. Sob a palavra de ordem Lutar para Garantir a Estabilidade, a acção tem por alvo combater o trabalho precário nas suas diversas formas.
No nosso país, existem quase 900 mil trabalhadores assalariados com vínculos precários, não se incluindo neste número os casos de recibos verdes que encobrem regimes de trabalho permanente. Entre os assalariados jovens (dos 15 aos 34 anos) mais de 35% são precários.

Esta situação não causa apenas insegurança; origina também largos períodos de suspensão do trabalho, baixas remunerações, dificuldades em obter os benefícios da Segurança Social. Trata-se portanto de um processo de o capital degradar uma parte substancial da força de trabalho, tanto nos níveis de remuneração como nas garantias sociais. E de, por esse meio (tal como acontece com o trabalho ilegal), exercer uma pressão sobre toda a massa trabalhadora no sentido de rebaixar salários e cortar direitos.

A luta deste largo sector de trabalhadores por condições equivalentes aos dos trabalhadores contratados é, pois, indispensável para que todas as classes assalariadas adquiram melhores condições de vida e de trabalho – sobretudo numa altura em que governo e patronato querem transformar em norma o trabalho precário, eliminar a contratação colectiva, facilitar os despedimentos.

A manifestação, que tem início às 14:30h no Rossio, reclama um conjunto de medidas de combate ao trabalho precário – como a contratação de todos os trabalhadores que exercem funções de carácter permanente, nomeadamente os que o fazem a troco de recibos verdes; e o combate às formas de emprego a tempo parcial que visam encobrir tempos de trabalho na prática integrais mas com salários degradados.


Comentários dos leitores

martins 29/3/2008, 17:14

Interjovem:Indivíduos ameaçam companheiros
Quando se procedia a distribuição de comunicados na Rua da Boavista da "União Operária Natural", indivíduos , alguns dirigentes ligados à organização da "Marcha da Interjovem " CGTP abordaram os companheiros e tentaram impedir a distribuição dos comunicados, ou por outra que os mesmos fossem distribuídos fora da manifestação.
Iamos a distribuir o comunicado no passeio a pessoas que passavam e alguns foram dados aos manifestantes da Marcha.
Quase no fim da "marcha" na Av. D. Carlos I um companheiro que levava a bandeira negra anarquista foi abordado por vários indivíduos , alguns alcoolizados e tentaram agredir o companheiro e e mandando "bocas" e houve perseguição de um deles.
Perante este caso abordamos alguns polícias várias vezes, no sentido de actuarem e não fizeram nada para nos proteger.
Fomos acusados de "skins" "fascistas" e ameaçados por esses indivíduos , que não sabemos se foram mandados ou se actuaram deliberadamente.
Anarquistas serem acusados de "fascistas e outras coisas mais" por "vermelhos" só revela que não sabem o que é o anarquismo e o mesmo é sinónimo de Liberdade, coisa que na organização deles não há.
Inclusivamente os policias viam os indivíduos a correr atrás do companheiro e não faziam nada.
Lamentamos esta atitude por parte da polícia, por que além não acreditarmos no Estado somos pessoas e como tal devemos ser defendidos.
Já sabíamos que a nossa presença mete medo a muita gente do poder, por temos a razão do nosso lado e não julguem que vamos desistir.


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