Operários fazem gerente refém

22 Janeiro 2008

A polícia francesa invadiu uma fábrica de gelados para libertar um gerente britânico feito refém pelos trabalhadores por quase 18 horas. Prakash Patel foi retido no seu escritório na cidade de Saint Dizier, no leste do país, depois de terem sido anunciados 250 despedimentos, cerca de metade dos postos da fábrica, que pertence ao gigante anglo-holandês da área alimentar Unilever. O gerente tentava deixar a fábrica quando cerca de 40 trabalhadores lhe bloquearam o caminho e o forçaram a voltar ao escritório. Vinte polícias foram enviados para libertar o gerente, mas, quando alguns operários bloquearam a porta, começou um confronto e 14 pessoas ficaram feridas.


Comentários dos leitores

Gregório Trindade Curto 22/1/2008, 20:56

Por amor de Deus!
É assim que um jornal político popular e anticapitalista noticía uma acção de resposta operária ao despedimento dos seus camaradas de trabalho?
Esta acção de contra-ofensiva operária aos ataques do patrão, constitui um exemplo relevante de que a classe operária está viva e que, ao contrário do que muitos intelectuais progressistas pensam, vai ser capaz de derrotar este sistema económico e esta ideologia burguesa que a explora e oprime.
Esta "breve" merecia, do meu ponto de vista, ser substituída por um artigo que evidenciasse a resposta política operária à repressão patronal.
Gregório Curto

João Bernardo 23/1/2008, 13:42

Mesmo sem invocar a divindade, penso que qualquer leitor desta breve notícia fará as reflexões que Gregório Curto fez. Na realidade, é isso mesmo que lá está dito -- embora sem os chavões.

Gregório Trindade Curto 24/1/2008, 0:52

À atenção da Redação do jornal mudar de Vida: O comentário que fiz ontem sobre a breve: "Operários fazem gerente refém", e que foi publicado, não é referido, ao contrário do que acontece com outros artigos, na página principal onde o texto aparece. Parece-me importante que os comentários às breves tenham o mesmo tratamento que é dado aos artigos. Se assim não for como é que os leitores dele podem tomar conhecimento?
Gregório Curto

Gregório Trindade Curto 24/1/2008, 19:44

Caro João Bernardo, as reflexões que fiz sobre o texto não estão ditas no texto. Se lá estivessem, o meu comentário, se razão existisse para o fazer, não iria, de certo, nesse sentido.
Na verdade, esse seu comentário ao meu comentário vem dar-me razão quanto à displiscência com que os intelectuais progressistas tratam os assuntos que dizem respeito à luta da classe operária contra o capital.
Numa altura em que a luta do movimento operário se desenvolve com características defensivas, ou de resistência, é obrigatório, do ponto de vista revolucionário, dar o devido destaque às acções que ultrapassem os limites institucionais, que não foi o caso. A minha crítica inside, fundamentalmente, no facto de tal luta operária ser apresentada como uma breve e não como um artigo que procurasse dar relevo ao acontecimento.
Por fim, essa questão dos "chavões" é uma invenção da burguesia radical de esquerda, e por ela usada frequentemente para iludir a realidade e que nada tem a ver com os operários. O que deve ser dito, tem de ser dito quer se pareça, ou não, com um "chavão". Não vejo onde o meu comentário reclama o uso dos chavões!
Gregório Curto

Gregório Trindade Curto 29/1/2008, 20:41

Aos amigos da Redacção:
O comentário que fiz ao comentário de João Bernardo ainda não foi publicado. Existe algum problema?
Gregório Curto

Manuel Monteiro 2/2/2008, 3:06

Então é assim.
Um camarada "intelectual progressista" tomou conhecimento de uma luta operária e apressa-se a divulgá-la nas colunas do MV.
Um camarada, que deduzo seja operário, em vez de pesquisar e aprofundar a notícia, fazendo então o tal artigo de fundo sobre as lutas mais radicais da classe operária, e que MV teria todo o gosto em publicar, afasta-se do tema da luta em causa para entrar em considerações ligeiras e chavónicas sobre a "burguesia radical de esquerda".
Não sendo eu um porta-voz da classe operária, embora um seu modesto membro, creio que os problemas que o proletariado enfrenta exigem mais rigor e seriedade no debate entre aqueles que defendem as suas causas
Manuel Monteiro


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