Os impostores

Pedro Goulart — 5 Setembro 2014

Desemprego_72Somos matraqueados diariamente pelos chamados órgãos de comunicação social com as habituais manipulações de números apresentados pelo governo do PSD/CDS sobre a alegada bondade da sua política em diversos domínios. No que respeita ao desemprego, os ministros do governo regozijam-se afirmando que as coisas estão a caminhar bem, que o desemprego diminui e que se verifica a criação de novos empregos.

O que o governo não diz é que grande parte desta suposta diminuição do desemprego e da criação de novos empregos se deve, em grande parte:
– à emigração de centenas de milhares de portugueses (só em 2013, a população portuguesa entre os 15 e os 65 anos diminuiu em mais de cem mil indivíduos, cabendo aqui um forte papel à emigração);
– ao desaparecimento nos Centros de Emprego de muitos milhares de desempregados que desistiram de procurar novo emprego;
– ainda, ao crescente aumento do trabalho precário.

É de salientar que cerca de 60% dos “novos empregos” estão a ser pagos pelo Estado e que os estágios profissionais subsidiados por dinheiros públicos têm, efectivamente, contribuído para a tal “descida do desemprego”. No espaço de um ano, o número de desempregados abrangidos por estes programas ocupacionais duplicou. Assim, em Abril de 2014, e segundo dados do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), havia cerca de 170 mil desempregados “ocupados”. Acabe-se com a mistificação. De facto, muitas dezenas de milhares dos “novos empregos” são trabalho precário e a maior parte deles não têm futuro.


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