A França social a ferver

José Mário Branco — 15 Novembro 2007

grevefrancanov2007_72dpi.jpgO movimento grevista alastra em França. E está com jeitos de se prolongar caso as negociações não sejam desbloqueadas, pois muitos sindicatos anunciaram greves “renováveis”. No dia 13 começaram os caminhos de ferro e os estudantes universitários. A 14 juntaram-se-lhes os trabalhadores do metro de Paris, os motoristas dos autocarros e os trabalhadores da electricidade e do gás. Para a semana será a vez de funcionários públicos, professores e juizes.

As políticas de Sarkozy de ataque aos direitos dos trabalhadores e de reforma do ensino superior estão na base deste movimento de protesto. Os trabalhadores da função pública e das grandes empresas estatais (SNCF, RATP, EDF e GDF) recusam a extensão do período de descontos para a reforma, de 37,5 anos para 40. Os estudantes universitários recusam a lei da “autonomia” universitária – leia-se privatização.

O alastrar do movimento grevista e de juventude em países que têm papel central na União Europeia, como a França e a Alemanha, e ainda em Itália e na Grécia, são sinais de recusa das políticas anti-sociais que o Tratado recentemente aprovado em Lisboa e as cimeiras consagram. Sectores importantes das populações trabalhadoras europeias começam a pedir contas aos governos e à comissão Barroso.


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