Desemprego e luta dos professores

Pedro Goulart — 18 Fevereiro 2009

O governo de José Sócrates tem-se revelado useiro e vezeiro na arte de mentir. No que respeita a estatísticas (número de desempregados, número de grevistas, etc.), tanto o governo como os seus comissários políticos, têm demonstrado alguma elaboração na tortura dos números, falseando a realidade.

Através dos dados do IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), o governo garante que há 5 mil professores desempregados. Contudo, segundo o Sindicato dos Professores da Região Centro, isto não passa de uma manipulação, pois “há 25 mil professores impedidos de se inscreverem nos centros de emprego, não auferindo qualquer subsídio (20 mil licenciados e 5 mil sem uma única colocação nos últimos anos)”.

De sublinhar que existem ainda 15 mil docentes nas áreas extra-curriculares “com remunerações por vezes inferiores ao salário mínimo nacional e obrigados a inscrever-se como trabalhadores independentes”.

As perspectivas de luta
Apesar da determinação de luta de muitos milhares de professores, actualmente o Movimento passa por alguma indefinição. As chantagens de um governo arrogante e autoritário, assim como várias das suas “concessões”, produziram algum medo e recuo entre professores e em certas estruturas sindicais.

Contudo, das várias reuniões de professores recentemente realizadas, assim como das outras que vão ser levadas a cabo, é possível prever um recrudescer dos protestos, com greves e manifestações, no terceiro período deste ano lectivo. Porque continuam a existir razões de sobra para a continuação da luta, tanto no que diz respeito ao modelo de avaliação dos professores (que, entretanto, dadas as inconstitucionalidades, está a ser juridicamente contestado), como ao estatuto da carreira docente e à escola-empresa, que as classes dominantes procuram impor.


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