Harold Pinter

6 Janeiro 2009

haroldpinter.gifNascido em 1930, em Londres, faleceu no passado dia 25, o grande dramaturgo (Prémio Nobel da Literatura, em 2005) e activista político Harold Pinter. Foi poeta, romancista e ensaísta, mas ficou particularmente conhecido pelas suas peças de teatro. As acusações sem rodeios que fez a Bush e a Blair acerca da guerra contra o Iraque são de toda a actualidade diante do massacre dos palestinianos de Gaza.

A propósito da morte de Pinter, disse Dário Fo, também ele dramaturgo e Prémio Nobel da Literatura (em 1997), saudando a sua “extraordinária humanidade”: “ O nosso teatro nasceu da mesma necessidade de denunciar o militarismo, a guerra, a supremacia dos interesses económicos”.

Altamente empenhado contra a guerra do Iraque, Harold Pinter nunca poupou palavras, tendo afirmado abertamente que “A invasão do Iraque foi um acto criminoso. A ocupação do Iraque permanece um acto criminoso. O governo britânico de Blair e a administração dos EUA são criminosos de guerra. É tão simples quanto isto.”

Numa altura em que a barbárie da guerra é levada de novo à Palestina pelos terroristas que dirigem o Estado de Israel, vale a pena recordar ainda parte da contundente crítica a Bush e Blair, pronunciada na cerimónia de aceitação do Prémio Nobel:

“A invasão do Iraque foi um acto de banditismo, um claro acto de terrorismo de estado, demonstrando um absoluto desprezo pelo direito internacional. A invasão foi uma acção militar arbitrária sustentada numa série de mentiras e numa grosseira manipulação dos média, consequentemente da opinião pública; um acto intencional para consolidar o controlo militar e económico americano no Médio Oriente, mascarado, em último recurso, de libertação – já que todas as outras justificações tinham falhado. Uma formidável afirmação de força militar, responsável pela morte e mutilação de milhares e milhares de inocentes. Levámos a tortura, as bombas de fragmentação, o urânio empobrecido, incontáveis actos de assassínio indiscriminado, miséria, degradação e morte ao povo Iraquiano, e chamámos a isso «levar liberdade e democracia ao Médio Oriente».”


Comentários dos leitores

HEITOR DA SILVA 14/12/2009, 2:08

apenas me ocorre esclarecer, para clarificar toda a tragédia que este relato expressa, que o conceito de Democracia aqui referido deve ser entendido,não como o poder do Povo mas ,como aquilo que foi,o Poder do Demo,istto é do DIABO.
Há que ter em conta que "a palavra foi dada ao homem para dizer o contrário daqulo que pensa"
Entendido assim, o texto torna-se lógico, faz sentido e não deixa lugar a confusões de qualquer espécie.
porque, "sermos,em tudo, nós mesmos e não outros, é a primeira condição para não nos confundirmos"


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