Desemprego no Vale do Cávado

Pedro Goulart — 25 Outubro 2008

fidar09_72dpi.jpgJá, por diversas vezes, denunciámos a situação de desemprego e dificuldades várias por que têm passado os trabalhadores do Vale do Ave. Caso grave e bastante conhecido a nível nacional. Embora, e infelizmente, situações deste tipo se tenham multiplicado pelo país, cavando ainda mais fundo o já enorme fosso que, no campo do rendimento, separa ricos e pobres. Agora é a vez de falarmos sobre o Vale do Cávado – uma situação que piora de dia para dia. E que a própria comunicação social do sistema se vê obrigada a relatar.

Temos já referido as dificuldades e as lutas de numerosos trabalhadores dos concelhos de Braga e Barcelos. Ainda recentemente falávamos de um despedimento colectivo na têxtil Meneses e Pacheco, em Braga, e da luta dos trabalhadores da Tor, em Barcelos.

No Vale do Cávado, tem-se assistido a sucessivas falências de empresas têxteis. Têm sido numerosos os casos de salários em atraso e de indemnizações não pagas. Vários dirigentes sindicais têm alertado para as ilegalidades cometidas e a situação de desemprego crescente na região. Só em Barcelos, nos primeiros quatro meses deste ano, encerraram 14 empresas. Neste concelho já há mais de 4 mil desempregados e no de Braga mais de 10 mil. Em Famalicão também cresce o desemprego. O próprio presidente da câmara de Barcelos avisa que a situação no Vale do Cávado se pode tornar ainda pior que a situação no Vale do Ave.

A nada ser feito que contrarie esta tendência (o governo está mais interessado em salvar os Bancos), é de prever que os desempregados na região venham a ultrapassar os 30 mil. É muito provável que sejam uma vez mais os próprios trabalhadores as grandes vítimas do actual sistema económico, que tarda em ser substituído por um outro, voltado para a satisfação das necessidades materiais e culturais dos homens, mudando profundamente as suas vidas.


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