Há mais 11 mil emigrantes portugueses na Galiza

Celestino Braga — 2 Outubro 2008

imigracaogaliza_72dpi.JPGA União de Sindicatos de Braga (USB) assegura que os dados recentes sobre a emigração portuguesa na Galiza apontam para um crescimento de 11 mil trabalhadores em 2008, de 40 para 51 mil.
Segundo Adão Mendes, coordenador da USB, os dados obtidos junto do Instituto de Emprego galego, «contrariam a ideia de que muitos trabalhadores portugueses começariam a regressar, devido aos problemas conjunturais vividos pela economia espanhola». A estrutura sindical considera que o primeiro-ministro José Sócrates, que participou, em Guimarães, num comício de “reentré” do Partido Socialista, deveria ter em conta o recente crescimento, «igual ao do tempo de Salazar», quando fala de emprego e de economia.

«Os centros de emprego de Braga dizem que o desemprego desceu, mas ninguém fala da emigração para Espanha e para o estrangeiro», contabilizou o responsável. Adão Mendes relembrou que já desafiou o Instituto de Emprego a anunciar quais foram os investimentos que criaram emprego no distrito de Braga, contrapondo que os números do desemprego no distrito não param de aumentar.

O sindicalista acentuou que os números da emigração para a Galiza contêm apenas os que se legalizaram nas instituições do Governo regional, frisando que «há, também, dezenas de pequenas empresas da construção civil do Minho – de Viana do Castelo, Barcelos, Esposende, Paredes de Coura e Vila Verde – a operar na zona». Observou que as empresas minhotas levam 10 a 15 trabalhadores para pequenas obras na Galiza sem cumprir as formalidades legais já que os mantêm inscritos em Portugal quando seriam obrigados a fazê-lo na Segurança Social de Espanha.

O organismo sindical contesta, ainda, os números oficiais do Instituto de Emprego, que apontam para uma descida do número de desempregados, contrapondo que na Segurança Social de Braga, diminuiu muito o número dos que contribuíram e aumentou os que recebem desemprego. E salienta que no sector têxtil e das malhas nos vales do Ave e Cávado, «há entre sete a oito empresas em vias de falência», algumas delas com mais de 200 trabalhadores. «O Governo não apoia nenhuma empresa, mesmo as viáveis, e a banca não liga nenhuma, não empresta um tostão», acusa Adão Mendes.


Comentários dos leitores

nelio jardim 12/10/2009, 9:32

Vivemos num País onde as falências são financiadas pelo Estado, e o apoio financeiro às empresas em crescimento são penalizadas com o aumento de impostos.
E ainda dizem que temos de ter força para fazer crescer o NEGÓCIO em Portugal, eu pergunto para quê?


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