Arquivo: Julho 2019

Por isso o PS capitaliza…

Manuel Raposo — 29 Julho 2019

Não é precisa muita especulação para se perceber que não há mistério nenhum na previsível subida da esquerda parlamentar e na queda abrupta da direita. As últimas sondagens apontam uns 59% para a esquerda (PS 43%, BE 9%, CDU 7%) e uns 27% para os dois partidos da direita (PSD 21%, CDS 6%).
Não há mistério, porque o contraste com os tempos da troika entra pelos olhos dentro: as pessoas, como é óbvio, preferem viver melhor (ou menos mal) do que pior.


Pirataria britânica agrava perigo de guerra no Golfo Pérsico

António Louçã — 22 Julho 2019

Ao mandar apresar um petroleiro iraniano em Gibraltar, no que deviam ser águas territoriais espanholas, o Governo britânico talvez só quisesse dar mais uma prova de alinhamento com o batuque guerreiro de Donald Trump e John Bolton. Mas a provocação tem consequências e elas estão à vista. A guerra está mais próxima.


Tarifas de Trump colidem com a produção capitalista globalizada

Fred Goldstein (*) — 17 Julho 2019

O governo de Trump está preso entre a política chauvinista de grande potência, super-imperialista, do “América primeiro”, por um lado, e a divisão capitalista do trabalho no mundo, por outro lado. A cada passo, a contradição entre a propriedade privada capitalista e a produção socializada mundial torna-se um obstáculo ao próprio capitalismo. Em particular, os interesses globais do imperialismo norte-americano e da estrutura económica global do capitalismo mundial hoje contradizem fortemente as metas políticas do governo de Trump.


O papel dos EUA nos protestos em Honk Kong

International Action Center (*) — 11 Julho 2019

Os meios de comunicação têm enchido páginas e ecrãs com os protestos de massas em Hong Kong, realmente gigantescos. O alvo, quer dos manifestantes, quer da propaganda dominante, é obviamente a China. Na origem, está uma alteração legal que permitiria a extradição para a China continental de pessoas acusadas de crimes. O clamor levantado a pretexto dos “direitos humanos” mascara a tentativa, por parte do Ocidente, com relevo para os EUA e o Reino Unido, de manter Hong Kong quanto possível fora da soberania chinesa. A isto não é alheia a guerra política e económica que os EUA desencadearam contra a China. É o que denuncia a seguinte declaração do International Action Centre (EUA).


Pinochet no Egipto

3 Julho 2019

A “reforma económica” feita no Egipto, em 2016, pela ditadura do general Sisi, com a “ajuda” do FMI, foi glorificada por comentadores financeiros como o mais atractivo caso de reforma do Médio Oriente, da África e da Europa de Leste, e o país declarado como o mercado emergente mais fogoso do mundo. O afluxo de capitais externos em busca de juros fáceis (garantidos manu militari, como no Chile de Pinochet) tomou conta de boa parte da dívida do país: em 2018 a parcela dessa dívida nas mãos de estrangeiros subiu 20% em relação ao ano anterior e a tendência mantém-se em 2019. O reverso desta realidade,


Política migratória da Europa mais desumana que a dos EUA

António Louçã —

A política de Donald Trump face aos migrantes que lhe batem à porta é uma vergonha e um crime contra a humanidade. Mas a política da União Europeia, pelas consequências que tem e pelas mortes que causa, é ainda pior.

Nos Estados Unidos, há famílias que atravessam o deserto e morrem de sede. Outras atravessam-no e são espancadas por bandos de rufias armados em “vigilantes”. Há também os migrantes que chegam à fronteira e são detidos em campos de concentração (como bem lhes chamou Aleksandria Ocasio-Cortez, para grande escândalo da opinião pública mais farisaica).


Conselheira presidencial

1 Julho 2019

Desde Novembro passado, os EUA cortaram 700 milhões de dólares de ajudas que se destinavam a combater a epidemia de Ébola na África Central e a apoiar a desminagem de países do sudeste da Ásia, nomeadamente os que foram vítimas das agressões norte-americanas das décadas de 60-70. O corte seguiu-se à publicação no Washigton Post de um artigo louvando a acção do governo de Trump contra o tráfico de seres humanos e condenando os países que, na óptica dos EUA, “não fazem o suficiente” para o combater. O artigo era assinado por Ivanka Trump, filha do presidente e conselheira superior da Casa Branca.