Governo, rua!

José Borralho — 21 Fevereiro 2013

Estou de acordo com o propósito certeiro dos promotores da acção de que este governo deve cair e, por isso, apoio inteiramente as manifestações do dia 2 de Março, e apelo a que todos participem para levar adiante esse objectivo: Governo Rua!
É com este propósito que tenho também participado nas manifestações da CGTP.

Vivemos momentos qualitativamente novos no nosso país que derivam da crise profunda da sociedade burguesa; da decadência da sua economia, da decadência dos seus valores morais que se expressam na corrupção e no enriquecimento escandaloso de uma minoria.

A crise não deixa dúvidas de que, nunca como hoje foi tão clara a contradição de interesses entre o trabalho e o capital. A burguesia não tem outra alternativa a não ser liquidar mais e mais sectores produtivos, esmagar salários, reduzir as funções sociais do estado, lançar no desemprego milhões de trabalhadores e bloquear o futuro das novas gerações.

A médio prazo tornar-se-á claro para cada vez mais trabalhadores e para as novas gerações, que esta sociedade e os seus valores caducos têm de ser substituídos por novas formas de organização política e económica. Surgirá então, a necessidade de uma revolução.

Hoje, precisamos de dar um passo fundamental para estancar a austeridade, repor direitos, defendermo-nos das políticas do governo e da troika, correr com os fautores das monstruosidades em curso contra as vidas da maioria do Povo.

Governo, rua!
Que se lixe a troika! O Povo é quem mais ordena!


Comentários dos leitores

afonsomanuelgonçalves 22/2/2013, 18:38

Reinvindicar ou exigir da burguesia determinados direitos, ou fazer estancar a austeridade, como dizia Lenine a Gorky (quando este escreveu ao Governo da Rússia em Março de 1917) a reinvindicar o abandono da guerra nas Cartas de Longe, é o mesmo que pedir a um proprietário de uma casa de passe que se torne um homem de grandes virtudes, fazendo depois humorísticas críticas à ingenuidade política deste grande escritor russo.
O mesmo acontece com determinadas reinvindicações ou protestos dos sindicatos (?) dos trabalhdores usando mesmo tipo de exigência recorrendo para tal a manifestações espaçadas no tempo e greves pontuais disseminadas por diversos sectores. O governo pode caír, mas outro lhe seguirá no mesmo rumo e na mesma direcção. Deste modo bem podemos esperar sentados e beber uma coca-cola numa esplanada à beira mar com um sol escaldante.


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