Arquivo: Outubro 2012

D. José Policarpo esperneia

14 Outubro 2012

A profundidade da crise do capitalismo ajuda a clarificar as posições de classe de cada um. Em conferência de imprensa para apresentar a peregrinação de 12 e 13 de Outubro, em Fátima, D. José Policarpo condenou as actuais manifestações de rua. Quando, finalmente, milhares de pessoas decidem defender os seus direitos, o cardeal pergunta “até que ponto construímos saúde democrática com a rua a dizer como se deve governar?”. Quando as injustiças da austeridade são postas em causa, o bispo afirma que “não se resolve nada contestando, indo para grandes manifestações” e, tão pouco, “com uma revolução”, uma vez que “estes problemas foram criados ao longo de muito tempo”.


Queremos saber

10 Outubro 2012

A famosa compra de dois submarinos à Alemanha por mil milhões de euros pelo então ministro da Defesa Paulo Portas, do PM Durão Barroso, esteve sempre envolta em mistério. Agora de novo na ribalta, o actual ministro dos Negócios Estrangeiros de Passos Coelho remete-se ao silêncio. Onde estão as contrapartidas de 890 milhões de euros? Quem roubou os documentos do contrato? Fernando Barão


Proveitosas coincidências

Carlos Completo —

Em 2003, Miguel Relvas era secretário de Estado da Administração Local do governo de Durão Barroso e tutelava o programa “Foral”, composto por dinheiros do Fundo Social Europeu e do Estado português, destinados à formação profissional ao nível das autarquias. Este programa era da competência do secretário de Estado da Administração Local, mas a aprovação dos projectos apresentados por empresas privadas na região Centro era feita pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, dirigida por Paulo Pereira Coelho, também do PSD.


Luta no Estado Espanhol

9 Outubro 2012

No passado dia 7, em mais de 50 cidades do Estado Espanhol, dezenas de milhares de manifestantes protestaram em defesa dos seus direitos, contra a política do Governo e contra a proposta orçamental de 2013. Como em Portugal, também em Espanha as classes trabalhadoras e o povo estão submetidos a um brutal ataque aos seus direitos laborais e sociais. Madrid, Barcelona, Múrcia, Vitória, Bilbau e Pamplona foram os principais locais onde decorreram estas manifestações, em grande parte incentivadas pela Cimeira Social, organização integrada pelas centrais sindicais CCOO e UGT, assim como por mais 150 associações de carácter sindical, de educação, de saúde e de imigração.


As razões da UGT

João Proença, líder da UGT, deu como razões para não aderir à greve geral anunciada pela CGTP o facto de os objectivos apontados serem “Fora a troika, abaixo o governo”. Ora, estas foram precisamente as razões que levaram à rua nos dias 15 e 29 de Setembro centenas de milhares de pessoas por todo o país. Em Janeiro, Proença e a UGT fizeram o frete ao governo de assinar um acordo de concertação social prevendo o aumento dos dias de trabalho, despedimentos mais baratos, horas extra de borla, menos subsídios de desemprego e por aí fora. Proença falou então em “vitória dos trabalhadores”. Agora que essas medidas são repudiadas publicamente por todo o lado, a UGT volta a amparar o governo.


E se o rebanho acorda?

O governo de ocupação da troika, com o apoio do PR e do PS, tratam a maioria dos portugueses como se trata uma carneirada uniforme e adormecida. Mas se o rebanho acordar e tresmalhar, como vai ser? Fernando Barão


Uma chatice…

3 Outubro 2012

“Os cidadãos perceberam que manifestando-se na rua conseguem inverter medidas que o governo tinha tomado.” (António Costa, director do Diário Económico, à TSF em 2 de Outubro)
“Os partidos do governo perdem apoio… O espectro de eleições paira aí… A rua passou a conseguir inverter decisões [do governo].” (P. Marques Lopes, à SIC Notícias em 2 de Outubro)


Um frete ao governo

Pedro Goulart — 1 Outubro 2012

A pedido do governo PSD/CDS, o Conselho Nacional da Ética para as Ciências da Vida (CNECV) deu recentemente um parecer em que considera existir fundamento ético para que o SNS promova medidas no sentido de conter os custos com medicamentos, tentando assegurar uma “justa e equilibrada distribuição dos recursos”. O mesmo parecer do Conselho Nacional da Ética sugere que se passe do actual “racionamento implícito” para um “racionamento explícito e transparente, em diálogo com os cidadãos”. É, de facto, um parecer que defende a “poupança” na despesa com os tratamentos mais caros para doenças como o cancro, a sida ou as doenças reumáticas.


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