Despejos à vista

1 Fevereiro 2012

A nova lei do arrendamento, que a dinâmica ministra Assunção Cristas tirou da gaveta, veio acompanhada de vários argumentos: renovar as áreas urbanas degradadas e acabar com a “injustiça” dos inquilinos que não pagam ou pagam pouco. O fundo da questão é outro: trata-se de valorizar o capital fundiário que perdeu importância face aos investimentos na construção nova e no crescimento urbano. Com estes filões esgotados, procura-se agora fazer da propriedade urbana, nomeadamente da mais antiga, fonte de rendimento que valha a pena. Para isso há necessidade de despejar os inquilinos de baixos recursos, que nunca poderão pagar grandes rendas, libertando os edifícios para novas funções e novos arrendatários mais abonados. Na prática, vamos assistir a uma onda de despejos atingindo sobretudo as famílias mais pobres e os centros urbanos, mais valiosos.


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