Marinha israelita faz banho de sangue no mar de Gaza

31 Maio 2010

mardegaza.jpgO Comité de Solidariedade com a Palestina divulgou um comunicado em que denuncia o massacre cometido esta manhã pela marinha israelita contra barcos que levavam ajuda humanitária à população palestiniana da Faixa de Gaza. Também a Comissão Nacional de Apoio ao Tribunal Russell para a Palestina tomou posição pública. O crime está a provocar protestos em todo o mundo e estão a ser convocadas manifestações junto das delegações diplomáticas israelitas. No nosso país, várias organizações apelam a uma concentração junto da embaixada israelita em Lisboa, hoje às 17h30. Para já, aderiram o Comité de Solidariedade com a Palestina, MPPM, Tribunal-Iraque, SOS Racismo, Pagan, Colectivo Mumia Abu Jamal, Fórum pela Paz. Outras organizações estão a ser contactadas ao mesmo tempo que se solicita a todas as pessoas que convoquem amigos e conhecidos por todos os meios.

CSP exige sanções internacionais contra a pirataria israelita

O ataque das Forças Armadas israelitas contra um barco da flotilha de solidariedade com Gaza originou um banho de sangue, com 16 mortos e 50 feridos confirmados até agora. O barco turco levava a bordo mantimentos e medicamentos, que constantemente são negados à população civil da Faixa de Gaza, submetida ao bloqueio israelita. O barco encontrava-se desarmado e claramente em águas internacionais. Foi assaltado, juntamente com mais cinco barcos da flotilha, por forças especiais israelitas.

Ao genocídio contra o povo de Gaza, Israel juntou agora um acto de pirataria sangrenta que faz parecer uma brincadeira de crianças as acções dos piratas somalis. A comunidade internacional que tem tolerado várias décadas de violações do Direito Internacional e a sistemática violação de todas as resoluções da ONU por parte de Israel estaria agora obrigada a tomar uma posição firme de sanções contra um Estado que a si próprio se coloca na posição de um Estado-pária.

O Estado português tem tido uma posição vacilante a este respeito, tendo condenado acertadamente os crimes de guerra israelitas contra a Faixa de Gaza por ocasião da votação do relatório Goldstone, mas acabando depois por aceitar a posição da UE, de admitir Israel como Estado-membro da OCDE. Perante um acto de pirataria sangrenta como este, é tempo de acabar com as vacilações. A diplomacia portuguesa deveria tomar uma posição clara.

Também a Câmara Municipal de Lisboa, que tem entre mãos desde há mais de um ano uma resolução aprovada pela Assembleia Municipal para geminar simbolicamente as cidades de Gaza e Lisboa, deveria decretar um boicote a todos os contactos, políticos, comerciais e culturais, com o Estado-pirata israelita. A CML deveria também chamar a EPAL a explicar-se sobre o acordo que assinou com a Mekorot, a empresa das águas israelita, especializada no roubo da água palestiniana e cúmplice no extermínio pela sede de todo o povo de Gaza.

Exigimos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, à semelhança do que a Espanha, a Suécia e outros governos europeus estão a fazer, convoque o embaixador de Israel em Portugal para apresentar explicações sobre este acto de pirataria e a sua consequente chacina.

TRP denuncia mais um crime de um longo rol de infracções israelitas

A Comissão Nacional de Apoio do Tribunal Russell sobre a Palestina vem por este meio exprimir o seu profundo choque e protesto pela agressão da marinha israelita esta manhã contra a flotilha de barcos vindo de Europa em direcção à Gaza com ajuda humanitária.
O recurso à violência por parte do Estado de Israel contra este conjunto de activistas pelos direitos humanos em Gaza reforça o seu bloqueio ilegal de Gaza e acrescenta mais um crime ao longo rol de infracções do direito internacional cometidas por este Estado contra o povo palestiniano.
Fazemos nossas as palavras da Alta Comissária da União Europeia e apelamos a um inquérito rigoroso sobre as circunstâncias desta agressão militar em águas internacionais e uma abertura imediata, sustentada e sem condições, de ajuda humanitária, de bens comerciais e de pessoas para e de Gaza.

A CNA-TRP é constituída pelas seguintes personalidades: Alan Stoleroff, Ana Benavente, António Cluny, António Eduardo A. Pinto Pereira, Armando Baptista-Bastos, Boaventura de Sousa Santos, Cláudia Loureiro, Domingos Lopes, Eduardo Maia Costa, Henrique de Sousa, Isabel Allegro de Magalhães, José Manuel Pureza, Manuel Carvalho da Silva, Maria do Céu Guerra, Maria Eduarda Gonçalves, Mário Ruivo, Mário Tomé, Manuel Martins Guerreiro, Paula Cabeçadas, Ulisses Garrido, Vasco Correia Lourenço, Vítor Manuel Andrade Santos.


Comentários dos leitores

anónimo 31/5/2010, 20:55

A lenço da Palestina já está na minha janela!


Envie-nos o seu comentário

O seu email não será divulgado. Todos os campos são necessários.

< Voltar