Arquivo: Março 2010

O assassinato de Nuno Rodrigues

17 Março 2010

Nuno Rodrigues (conhecido por MC Snake) era negro e rapper, tinha 30 anos, morava em Chelas. Foi abatido a tiro pela PSP, na radial de Benfica, após perseguição movida pela polícia e resultante, segundo esta, de ele não ter respeitado uma operação stop. Nuno Rodrigues cantava música do conhecido rapper português Sam the Kid, que não se conforma com a morte do amigo. Como, igualmente, não se podem conformar os seus familiares. Se fosse branco, trajasse “bem” e tivesse um bom carro talvez isso não lhe acontecesse. Como um é polícia e o outro era negro e pobre, é fácil prever o resultado do pleito em tribunal. Ou não fosse a justiça portuguesa uma justiça de classe!


“Os patrões ficam sempre bem”

12 Março 2010

Depois de termos publicado, em Novembro, uma notícia sobre o fecho da Paralux e da Serlux, duas empresas do sector eléctrico situadas no Cacém, vários comentários de trabalhadores chegaram à nossa redacção. Sete deles foram divulgados no número 20 do MV (edição em papel). Mais reacções nos foram entretanto enviadas; e são essas que agora damos a conhecer.


O “terrorismo bom”

Em 19 de Janeiro, um comando terrorista (com 18 membros), ao serviço da Mossad – a polícia secreta de Israel – foi ao Dubai assassinar o líder palestiniano Mahmoud al Mabhouh. Esta incursão do estado terrorista de Israel já tem numerosos precedentes em diversos outros países, geralmente com a cobertura cínica e cúmplice das chamadas democracias ocidentais. Os media israelitas declararam-se felizes com o acto criminoso e os media dos EUA e da União Europeia calaram-se ou, então, não manifestaram as habituais reacções indignadas com as acções armadas de outras proveniências, nomeadamente quando são praticadas por organizações em luta pela libertação dos seus povos.


Fugiu-lhe a boca para a verdade

9 Março 2010

O secretário de estado da Justiça, dr. João Correia, reconheceu publicamente haver “indícios de contaminação política” no Ministério Público. Embora tenha vindo posteriormente a recuar relativamente a estas declarações, o que é certo é que elas vêm na linha daquilo que Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos advogados, pouco antes afirmara: “há sinais evidentes de que o poder judicial está a funcionar segundo uma agenda política”. É pena que sintam isto particularmente quando é a sua gente a atingida. Qualquer cidadão minimamente informado, que não esteja “contaminado” pelos jogos do sistema, que não reverencie esta justiça de classe, há muito que sabe isso.


A cimeira da NATO não é bem vinda

Manuel Raposo —

war_72dpi.jpgO site da NATO anunciou em Agosto do ano passado a realização de uma cimeira da organização em Portugal no final de 2010. O facto foi confirmado pelo presidente da República, Cavaco Silva, e a data apontada para Novembro.
Da agenda faz parte a revisão do chamado “conceito estratégico” da Aliança. O propósito é alargar o âmbito de actuação da NATO, quer no plano geográfico quer no que toca aos motivos que podem servir de pretexto para a sua intervenção. Daí, a agenda anunciada da cimeira falar tanto da guerra no Afeganistão, como de ciber-terrorismo, de ameaças ambientais, de pirataria e de segurança energética. Quer isto dizer que tudo pode ser alvo da atenção e intervenção da NATO – isto é, dos EUA e da União Europeia.


Morte de 11 pescadores

5 Março 2010

Só nos primeiros dois meses deste ano já morreram no mar 11 trabalhadores da pesca. Não há memória de Inverno tão trágico nos últimos 20 anos. São as enormes dificuldades económicas que estão a levar à saída dos pescadores para o mar em condições tão perigosas, ao aumento dos naufrágios de pequenas embarcações e à morte dos seus homens. Segundo o presidente da Mútua dos Pescadores: “ Todos precisam de perceber que a vida dos pescadores é dura e difícil, que ganham cada vez menos, que não conseguem fazer face às suas despesas e que não têm outra hipótese senão ir à procura do perigo”. É, no fundo, uma opção entre a fome e o risco de vida, a que esta sociedade os obriga.


Gregos não cedem

Pedro Goulart — 4 Março 2010

grecia_web.jpgEm 24 de Fevereiro, muitos milhares de trabalhadores, reformados e estudantes manifestaram-se por toda a Grécia. Milhares de fábricas, empresas diversas, locais de construção, portos, aeroportos, hospitais e escolas encerradas ou trabalhando a conta-gotas. Só em Atenas foram algumas dezenas de milhares os manifestantes. Combatem principalmente as medidas de austeridade que o governo grego, pressionado pela Comissão Europeia, quer impor a quem trabalha em nome do défice e da dívida pública.
Ontem, dia 3 de Março, centenas de sindicalistas invadiram o ministério das Finanças e estenderam na fachada do edifício uma faixa onde diziam: “Revoltem-se para que as medidas não sejam aplicadas!”


NATO = TERROR A SÉRIO

PAGAN / MV — 2 Março 2010

paganporto1.jpgNo dia 26 de Fevereiro, por ocasião da abertura oficial do 30.º Fantasporto (Festival de Cinema Fantástico), realizou-se no Porto uma manifestação contra a guerra, promovida pela Plataforma Anti-Guerra, Anti-NATO (PAGAN). Do núcleo do Norte desta Plataforma recebemos um relato da iniciativa dando conta da acção desenvolvida, da indagação feita pela polícia junto dos manifestantes e dos propósitos deste protesto, dirigido contra a realização da cimeira da NATO em Portugal, prevista para o final do ano. Tal como aconteceu com o orçamento do ministério da Defesa, parece que a crise não afecta nada do que diga respeito à NATO: o ministro Luís Amado revelou que a Cimeira vai custar mais de 20 milhões de euros.


Função Pública: greve geral a 4 de Março

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e a FESAP juntaram-se ao protesto da Frente Comum, levando a cabo uma greve geral no dia 4 de Março. Os sindicatos consideram inaceitável a atitude do governo de congelar os salários dos funcionários públicos e de lhes negar o direito à negociação, assim como o ataque às suas pensões. Saliente-se que os trabalhadores da função pública, apesar dos aumentos acima da inflação obtidos em 2009, têm vindo a perder poder de compra no decorrer da última década. Com este congelamento de salários para os funcionários públicos, o governo e os patrões pretendem também apontar um exemplo para os restantes trabalhadores.


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