Arquivo: Fevereiro 2009

A morte de Eluana

11 Fevereiro 2009

O bando capitalista e retrógrado que governa a Itália, com Berlusconi à cabeça, tudo fez para torpedear as próprias leis burguesas que regem este país, prolongando artificialmente a vida de Eluana Englaro, uma situação que se arrastava há já 17 anos. Na sua campanha reaccionária a favor da vida (que hipocrisia!), contou com o habitual apoio do não menos reaccionário Vaticano. A morte agora consumada representa o fim de um pesadelo de muitos anos, em que não havia qualquer hipótese da doente melhorar, assim como uma derrota daqueles que, laicos e clérigos, querem impor a sua moral a toda a sociedade.


Seminário sobre Gaza

10 Fevereiro 2009

A Catástrofe Humanitária em Gaza é tema de um seminário internacional promovido pelo MPPM que terá lugar em Lisboa a 14 de Fevereiro. Como socorrer os palestinianos? Como assegurar a sua sobrevivência como povo? Como garantir o seu direito a um futuro independente e em paz? – são algumas das questões a abordar. As intervenções estarão a cargo do jornalista Miguel Urbano Rodrigues, Silas Cerqueira (MPPM), Michael Kingsley (director da Agência das Nações Unidas para Apoio aos Refugiados Palestinianos) e Pierre Galand (da Associação Belga para a Palestina). A sessão realiza-se no Hotel Holiday Inn Lisboa, Av. António José de Almeida 28-A, entre as 15 e as 20 horas.


Carfer encerra, mais 150 no desemprego

A administração da fábrica de malhas Carfer, em Esposende, anunciou no dia 6, pouco antes da saída dos trabalhadores, que no dia 9 entregava no tribunal o processo de insolvência da empresa e que esta ficava desde logo encerrada. Não tendo sido formalmente despedidos, os trabalhadores reuniram seguidamente em plenário e decidiram concentrar-se no dia 9 à porta da fábrica. São mais 150 trabalhadores no desemprego, na maioria mulheres. Entre eles estão vários casais e alguns trabalhadores que laboravam na empresa desde a sua inauguração, há 40 anos.


Roma: indiano queimado vivo

Um indiano imigrado em Itália foi espancado e queimado vivo numa estação de comboios nos arredores de Roma, tendo sido hospitalizado em estado muito grave. A vítima, de 35 anos e sem abrigo, foi atacada por um grupo de indivíduos que o agrediram e seguidamente o regaram com gasolina e lhe pegaram fogo. A hipótese posta pela polícia de se ter tratado de roubo não bate certo com os factos e só pode ser vista como uma tentativa de disfarçar a natureza fascista do ataque. Com efeito, os agressores iam munidos de uma garrafa com gasolina, o que não deixa dúvidas sobre a premeditação do acto.


FrutiNatura encerra de surpresa

9 Fevereiro 2009

A fábrica da FrutiNatura, em Vila do Rei, Castelo Branco, faz parte do grupo espanhol Rocafort. Tem produzido fruta descascada e higienizada para a TAP e para diversas multinacionais. No dia 2 de Fevereiro, os cerca de 30 trabalhadores chegaram à empresa e encontraram as portas fechadas a cadeado. Apesar de saberem da situação difícil da empresa, os trabalhadores foram apanhados de surpresa. E, face à insólita situação, decidiram permanecer à porta da unidade fabril, à espera de explicações da administração.


Freeport – que justiça esperar?

Carlos Completo —

luvas_72dpi.jpgOs estados capitalistas ditos democráticos dotam-se de aparelhos judiciais, que aplicam as leis que as classes dominantes fazem aprovar nos seus parlamentos. Estas leis visam manter a ordem jurídica da burguesia e os seus interesses de classe. Os polícias e os magistrados são funcionários destes estados e, como tal, devem aplicar as leis a toda a gente. Só que a igualdade na aplicação das leis é meramente formal, visto tratar-se de “cidadãos” que não são iguais nem económica nem socialmente, já que pertencem a classes sociais distintas. Claro que há ainda situações particulares, que resultam de compadrios, favores, etc.


Corticeira Amorim despede 200

8 Fevereiro 2009

Duas empresas da Corticeira Amorim, em Santa Maria da Feira, que fabricam rolhas e aglomerados compósitos, vão iniciar um processo de despedimento colectivo envolvendo quase 200 trabalhadores. O Grupo Amorim, que é líder mundial do sector corticeiro, justifica os despedimentos com a crise económico-financeira mundial e a queda nas exportações, mas os trabalhadores acham que a empresa está a aproveitar-se da situação para reduzir mão-de-obra e aumentar os lucros. Os trabalhadores marcaram uma vigília para o dia 7, em defesa dos seus postos de trabalho.


Edscha: 180 empregos em risco

6 Fevereiro 2009

A unidade fabril da Edscha, em Vendas Novas, com 180 trabalhadores, corre o risco de encerrar. A multinacional alemã Edscha, fabricante de componentes para a indústria automóvel, apresentou um pedido de insolvência para as 15 unidades de produção que laboram na Europa, incluindo Portugal. O parque industrial de Vendas Novas é dominado pelo sectores automóvel e corticeiro, dois sectores em dificuldades, o que faz prever o surgimento de graves questões sociais na região.


Crise gera onda de chauvinismo

A crise económica está a gerar, entre os trabalhadores dos diversos países, reacções nacionalistas e de rejeição dos imigrantes. Nos EUA os alvos são sobretudo os trabalhadores de origem latina, e também crescem os ataques racistas. No Reino Unido, centenas de trabalhadores têm-se manifestado contra italianos e portugueses que trabalham nas refinarias do norte do país, exigindo prioridade de emprego para os nacionais britânicos. Na Islândia, levada à bancarrota, igualmente os estrangeiros, portugueses nomeadamente, foram hostilizados. Factos que mostram a importância de travar um combate ao nacionalismo que divide as classes trabalhadoras e que as torna instrumentos do capital em crise.


O capital que pague

Sejamos claros: é a classe operária que sofre em primeiro lugar, e acima de todas as outras, o desgaste da crise. Basta ver as notícias e os números dos despedimentos. E o grosso dos apoios do Estado exclui precisamente os que mais sofrem com a situação.
Não é de espantar: para os capitalistas, sair da crise é forçar os assalariados a produzirem mais valor por cada euro de capital investido. Ignorar isto é ignorar tudo.